A decisão foi tornada pública no sítio da CP na Internet, sem qualquer justificação que o sustente. «Esta decisão agrava os custos e as dificuldades de mobilidade da população da região e surge após a introdução de portagens nas SCUT, designadamente na A28, acrescentando mais obstáculos à mobilidade e ao desenvolvimento económico da região», salienta, em comunicado, a Direcção da Organização Regional do Porto (DORP) do PCP, que lembra que aquela ligação ferroviária «foi alvo de diversos ataques ao longo dos últimos anos, designadamente pela supressão de paragens».

Para os comunistas, a concretizar-se, a decisão da CP traduz a falta de perspectiva de desenvolvimento, o desprezo pelas potencialidades que resultam para a economia nacional das ligações ferroviárias internacionais de passageiros e mercadorias e o não aproveitamento do transporte ferroviário para transportar as centenas de milhares de pessoas que anualmente se deslocam da Galiza para o Aeroporto do Porto. Significará, de igual forma, a continuação do não aproveitamento das potencialidades de aumento da influência do Porto de Leixões no Nordeste Peninsular.

«A cegueira dos cortes, sem olhar às consequências, originará, também aqui, um contributo para o agravamento da recessão económica e dos problemas sociais. O que faz falta ao País e à região é a modernização e valorização do transporte ferroviário e a sua afirmação enquanto transporte público, convencional e de alta velocidade, de passageiros e de mercadorias, capaz de gerar e potenciar o desenvolvimento e o crescimento económico da região», defende a DORP, informando que o Grupo Parlamentar do PCP vai apresentar, na Assembleia da República, um Projecto de Resolução que recomendará ao Governo a modernização da linha ferroviária de passageiros e mercadorias entre o Porto e Vigo, bem como medidas no sentido da valorização desta ligação, em articulação com infraestruturas da região, como o Aeroporto e o Porto de Leixões.