Centenas de milhares de egípcios voltaram a encher a Praça Tahir, no centro do Cairo, para exigirem a aceleração dos processos judiciais contra os antigos dirigentes do regime, acusados de corrupção e despotismo, e o saneamento do Ministério do Interior e das forças de segurança pública.

Mais de duas dezenas de organizações convocaram a manifestação do passado dia 1 de Julho, baptizada de «sexta-feira da retribuição», na qual se prestou também homenagem aos mais de 800 mortos provocados pela repressão policial durante a revolta popular no país.

No protesto, os participantes reivindicaram ainda que o governo apresente desculpas públicas pela carga policial contra uma concentração, terça e quarta-feira, dias 28 e 29 de Junho, também na Praça Tahir, em defesa da condenação dos antigos colaboradores de Hosni Mubarak e do ditador deposto.

A repressão da iniciativa realizada a meio da semana passada, que as forças armadas classificaram de acção de desestabilização do país, provocou mais de 1600 feridos e degenerou em confrontos na simbólica praça da capital do Egipto, qualificados como os mais graves desde o derrube de Mubarak.