Medidas

A primeira medida política tomada por Passos Coelho tem dois momentos que se completam.

No primeiro momento corta 1600 milhões de euros à Segurança Social (SS) e entrega-os, de bandeja, ao patronato – tudo isto na simples operação de cortar 4% à TSU, taxa paga pelo patronato à SS, no montante de 1600 milhões de euros.

O segundo movimento consistiu no esbulho de 50% (metade!) do próximo subsídio de Natal de trabalhadores e pensionistas, no montante de 800 milhões de euros e na forma de um tal «imposto extraordinário».

O objectivo destas duas medidas é claro: ao esbulhar a Segurança Social em 1600 milhões de euros que, entretanto, entregou de bandeja ao patronato, Passos  Coelho foi «recuperar» parte dessa quantia cortando 50% aos subsídios de Natal dos trabalhadores e pensionistas, no montante de 800 milhões de euros.

É uma medida vergonhosa e que mostra, claramente, uma política de direita a servir descaradamente os capitalistas do País.

Além do mais, este esbulho do subsídio de Natal havia sido energicamente rejeitado por Passos Coelho na campanha eleitoral, pelo que temos aqui uma flagrante desonestidade e um Governo escancaradamente mentiroso. Aliás, na senda da mentira pegada que tem sido a governação de todos os seus ilustres antecessores.

 

Confirmações

 

O Estado-Maior francês confirmou ter lançado de pára-quedas e durante este mês armas e munições sobre os territórios ocupados pelos rebeldes no Oeste da Líbia «à revelia dos parceiros da NATO».

Não tem importância: os «parceiros da NATO» também actuaram «à revelia» de todos os tratados de paz e de não-agressão assinados também por todos, bem como a ONU actuou igualmente «à revelia» de todos os seus princípios fundamentais de neutralidade, equidade e paz ao apoiar, pela primeira vez nos seus 50 anos de existência, uma agressão armada internacional contra um país.

 

Encerramentos

 

A CP anunciou que vai encerrar a linha de combóio Porto-Vigo alegando que esta só transporta 11 passageiros pagantes por dia.

O que a CP não diz, porque obviamente não lhe convém, é que, segundo já consta nos jornais, esta linha anda há uns bons tempos com cobradores em «regime de intermitência», ou seja, com a generalidade das viagens sem qualquer vigilância por parte da empresa.

Com uma «política de transporte» deste calibre, o extraordinário é registar-se uma média de 11 pagantes/dia que, notoriamente, seriam os distraídos ou os honestos radicais que ignoravam aquele autêntico «bodo».

Ora a CP sabia, melhor que ninguém, que a «poupança» generalizada em cobradores nesta linha iria fazer descer drasticamente as receitas... e justificar o seu encerramento.

Tal como a CP também sabia – mas ignorou ostensivamente – que há uma multidão imensa de galegos e portuenses a ter nesta linha o seu transporte fundamental para as suas deslocações interfronteiriças.

Mas disso e desses, pelos vistos, não quer a actual CP falar, quanto mais saber.



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