Movimentações sociais na Grécia

Luta agudiza-se

Cen­tenas de ac­ti­vistas e di­ri­gentes da Frente Mi­li­tante de Todos os Tra­ba­lha­dores (PAME) ocu­param e blo­que­aram, na sexta-feira, 3, a en­trada do Mi­nis­tério das Fi­nanças, no centro da ca­pital grega.

Pro­testo so­cial é a res­posta à as­fixia fi­nan­ceira

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A acção, re­a­li­zada de manhã cedo, in­cluiu ainda a co­lo­cação de um es­tan­darte na fa­chada do edi­fício, co­brindo a al­tura de cinco an­dares, no qual a cen­tral sin­dical chama os tra­ba­lha­dores à luta or­ga­ni­zada para der­rotar a po­lí­tica an­ti­po­pular. Também a ban­deira da União Eu­ro­peia foi subs­ti­tuída pela ban­deira da PAME. À tarde ti­veram lugar ma­ni­fes­ta­ções por todo o país.

A menos de uma se­mana da ter­ceira greve geral este ano, con­vo­cada para a pró­xima quarta-feira, 15, os pro­testos so­ciais contra as novas me­didas de aus­te­ri­dade au­mentam de dia para dia, ga­nhando par­ti­cular vi­si­bi­li­dade os mo­vi­mentos es­pon­tâ­neos dos cha­mados jo­vens «in­dig­nados». No fim-de-se­mana re­gis­taram-se ma­ni­fes­ta­ções em vá­rias ci­dades.

O agra­va­mento da si­tu­ação eco­nó­mica e fi­nan­ceira do país, ao mesmo tempo que se traduz em mais sa­cri­fí­cios para a po­pu­lação, está a ser apro­vei­tado pelas mul­ti­na­ci­o­nais para ad­qui­rirem mai­ores fa­tias das em­presas pú­blicas ren­tá­veis.

Na se­gunda-feira, o go­verno grego acordou a venda de uma par­ti­ci­pação de 10 por cento na Hel­lenic Te­le­com­mu­ni­ca­tions (OTE) à Deutsche Te­lekom por cerca de 400 mi­lhões de euros.

Esta pri­meira venda do úl­timo pro­grama de ali­e­na­ções (que visa obter 50 mil mi­lhões de euros) au­mentou para 40 por cento a po­sição da mul­ti­na­ci­onal alemã na em­presa de te­le­co­mu­ni­ca­ções grega, cuja ac­ti­vi­dade co­nhece as­si­na­lável ex­pansão nos mer­cados da Ro­ménia, Bul­gária e Al­bânia.

Também no ne­gócio da dí­vida, os bancos ale­mães surgem à ca­beça. Se­gundo dados do Banco de Pa­ga­mentos In­ter­na­ci­o­nais (BIS), ci­tados pela Blo­om­berg (06.06), a banca ger­mâ­nica ad­quiriu tí­tulos gregos no valor de 22,7 mil mi­lhões de dó­lares (15,5 mil mi­lhões de euros).

Se­guem-se as en­ti­dades fran­cesas com 15 mil mi­lhões de dó­lares (10,2 mil mi­lhões de euros), in­dica ainda o BIS, re­ve­lando que, no final de 2010, os tí­tulos gregos na posse de bancos es­tran­geiros to­ta­li­zaram 54,2 mil mi­lhões de dó­lares (37 mil mi­lhões de euros), dos quais 96 por cento eram de­tidos por cre­dores eu­ro­peus.



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