Centro-esquerda ganha Milão e Nápoles

Revés para Berlusconi

Giu­liano Pi­sapia, an­tigo de­pu­tado da Re­fun­dação Co­mu­nista, será o novo edil de Milão, após ter re­for­çado a vi­tória já ob­tida na pri­meira volta das elei­ções mu­ni­ci­pais ita­li­anas.

Il ca­va­liere sofre der­rota his­tó­rica na ca­pital do Norte

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A ali­ança do Povo da Li­ber­dade, de Silvio Ber­lus­coni, com a Liga do Norte, de Um­berto Bossi, so­freu um pro­fundo abalo com a perda do mu­ni­cípio de Milão, bas­tião do centro-di­reita desde 1994.

Na se­gunda volta das elei­ções mu­ni­ci­pais, do­mingo e se­gunda-feira, a can­di­data Le­tizia Mo­ratti, na qual o pri­meiro-mi­nistro ita­liano apostou tudo, ob­teve 44,9 por cento, fi­cando a mais de 10 pontos per­cen­tuais de Giu­liano Pi­sapia, can­di­dato do Par­tido De­mo­crá­tico (PD) que re­co­lheu 55,1 por cento dos votos.

O am­bi­ente de der­rota na co­li­gação go­ver­na­mental acen­tuou-se com o re­sul­tado es­ma­gador al­can­çado em Ná­poles pelo juiz Luigi de Ma­gis­tris, can­di­dato da Itália dos Va­lores, apoiado por todos os par­tidos da es­querda, face a Gi­anni Let­tieri, do centro-di­reita.

Ma­guis­tris, que afastou o can­di­dato do PD, ob­tendo 27 por cento dos votos na pri­meira volta, con­se­guiu agora ar­rasar Let­tieri (65,4% contra 34,6%), can­di­dato ven­cedor há duas se­manas com 38,5 por cento. O feito é tanto maior quanto, se­gundo o es­critor Ro­berto Sa­viano, Let­tieri tinha o apoio da Ca­morra.

O centro-es­querda ga­nhou ainda em Tri­este, Ca­gliari, No­vara e Gros­seto, além de ter con­quis­tado logo na pri­meira volta as ci­dades de Turim e Bo­lonha.

Para o pri­meiro-mi­nistro este re­sul­tado não podia ser pior, já que não só é um sinal claro da cres­cente re­pro­vação po­pular às suas po­lí­ticas, como ameaça acen­tuar se­ri­a­mente as di­ver­gên­cias no seio da co­li­gação e pôr em causa a es­ta­bi­li­dade do go­verno.

Adi­vi­nhando a der­rota, il ca­va­liere jogou na an­te­ci­pação, ga­ran­tindo, na sexta-feira, que caso per­desse Milão e Ná­poles o go­verno con­ti­nu­aria em frente. E con­tinua in­sis­tindo que a Itália está sob uma «di­ta­dura dos juízes co­mu­nistas».



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