Aproveitar potencialidades
O Secretário-geral do PCP passou o domingo na Beira Interior, em iniciativas nos distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco. Tal como na véspera, em Bragança e Vila Real, a agricultura e a desertificação tiveram uma forte presença nos discursos e nas conversas, mas também se falou em encerramentos de empresas e desemprego.
A jornada começou em São Romão, no concelho de Seia, num comício realizado em plena rua, onde o primeiro candidato da coligação pela Guarda, José Pedro Branquinho, apresentou as principais propostas da CDU para o distrito. Perante mais de duas centenas de apoiantes, o candidato fez ainda um balanço das dramáticas consequências de mais de três décadas de política de direita naquela região na destruição do emprego e do aparelho produtivo, no abandono de explorações agrícolas por parte de muitos agricultores e no encerramento de serviços públicos.
Jerónimo de Sousa, por seu lado, salientou as potencialidades daquele distrito em áreas como a agricultura, a indústria e o turismo, reafirmando a sua defesa e valorização no quadro da política patriótica e de esquerda que a CDU corporiza. É necessário responder às «mesmas políticas de sempre», realçou.
Na Covilhã, no almoço onde foi apresentada a lista da coligação PCP-PEV pelo distrito de Castelo Branco, Jerónimo de Sousa valorizou a lista encabeçada por Vítor Reis Silva, realçando a dedicação aos trabalhadores e ao povo daqueles que a integram. Em relação aos que foram eleitos em anteriores eleições por Castelo Branco, o Secretário-geral do Partido acusou-os de nada fazerem em defesa das suas terras e das suas gentes. Foram os partidos que integram a CDU a fazê-lo, mesmo sem qualquer deputado eleito pela região, reafirmou Jerónimo de Sousa.
Em Tondela, centenas de pessoas, fundamentalmente agricultores, participaram no Encontro do Mundo Rural, no parque do Botulho, em Molelos, e receberam calorosamente Jerónimo de Sousa e o primeiro candidato da CDU por Viseu Manuel Rodrigues, do CC do PCP. Nas suas intervenções, um e outro sublinharam a importância do mundo rural e do aumento da produção nacional para dar resposta aos problemas que o País enfrenta.
Manuel Rodrigues acusou ainda PS, PSD e CDS de terem desbaratado fundos comunitários, «canalizando-os em mais de oitenta por cento para os bolsos do clube dos ricos (agrários, grandes agricultores absentistas e agro-industriais)», esvaziado a Casa do Douro das suas verdadeiras funções e natureza e colaborarem com a asfixia das adegas e cooperativas. O aumento do preço dos factores de produção e as dificuldades de escoamento dos produtos têm também a marca desses três partidos, denunciou.
O candidato da coligação PCP-PEV apelou ainda ao voto dos agricultores na CDU, pois é a única força de defende mais apoios para os agricultores, garantias de escoamento e preços justos à produção, ou o abaixamento do preço dos factores de produção.