Unidos pela paz e a independência
Os principais partidos palestinianos assinaram, anteontem, um acordo que abre caminho à reconciliação entre as facções políticas do território. O objectivo estratégico é alcançar a paz e a independência.
«O governo de unidade vai preparar as eleições na Cisjordânia e Faixa de Gaza»
O texto ratificado no Cairo, capital do Egipto, entre a Fatah e o Hamas foi igualmente autenticado, entre outros, pela Jihad Islâmica, Frente Popular de Libertação da Palestina, Frente Democrática de Libertação da Palestina e Partido do Povo Palestiniano.
No documento prevê-se a formação de um governo de unidade nacional, cuja principal tarefa é a preparação e realização, no prazo de um ano, das eleições presidenciais e legislativas simultâneas na Faixa de Gaza e Cisjordânia.
O objectivo de fundo do compromisso é pôr um ponto final na divisão entre partidos independentistas palestinianos, desencadeada depois da vitória do Hamas no sufrágio em Gaza, e visa o estabelecimento da paz e a conquista de um Estado independente, cujo reconhecimento internacional é hoje esmagador por parte da maioria dos países do mundo.
Críticas públicas quanto ao conteúdo do acordo, apenas as feitas por Israel e pelos EUA. O governo sionista aplicou mesmo a suspensão da transferência de fundos para a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), violando o disposto nos acordos de Oslo, assinados em 1993. Os fundos retidos por Israel representam mais de dois terços do orçamento da ANP.
Acresce que o primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu, lançou ameaças sublinhando que «a Fatah tem de escolher entre a paz com Israel ou com o Hamas», e ordenou uma ofensiva diplomática junto da UE e dos EUA para defender esta visão.
Já os EUA dizem saudar a reconciliação, mas insistiram que «o Hamas é uma organização terrorista que tem como alvo os civis».