Rumo estratégico para o País
A afirmação do aparelho produtivo e o aumento da produção nacional são vectores estratégicos para retirar Portugal da situação em que se encontra, como se tem provado nas iniciativas da campanha Portugal a Produzir.
Produzindo mais cria-se mais riqueza e defende-se a soberania
Inserido na campanha do Partido, os deputados comunistas eleitos pelo círculo eleitoral do Porto, Honório Novo e Jorge Machado, realizaram no dia 4 um Mandato Aberto sobre o sector conserveiro. Os deputados contactaram empresas e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Norte, tendo saído destes encontros com reforçada convicção de que se trata de um sector com potencial de crescimento.
Por acção das políticas de direita, o sector conserveiro sofreu, desde a década de 90, um decréscimo significativo de empresas, capacidade produtiva e postos de trabalho. Nos anos 60 do século passado, existiam cerca de 70 empresas de indústria transformadora conserveira, ao passo que hoje restam apenas sete, que empregam cerca de 1300 trabalhadores.
A especulação imobiliária, os custos de produção, nomeadamente os preços do gasóleo, o código contributivo e a necessidade de importar pescado do estrangeiro são algumas das ameaças que pairam sobre o sector. Não obstante estas dificuldades, nota-se a modernização de algumas empresas com o aumento de produção e crescente número de postos de trabalho, comprovando aquilo que o PCP há muito vem a afirmar: que havendo uma aposta nos sectores produtivos, poderá haver uma maior riqueza para o País e, como consequência, protecção da soberania nacional.
Em defesa da Região Demarcada do Douro
Agostinho Lopes, deputado eleito por Braga, esteve na região do Douro num dia dedicado exclusivamente à agricultura. O deputado comunista visitou uma exploração agrícola e as Caves do Vale do Rodo, e reuniu com as direcções da Casa do Douro e da Avidouro, bem como com agricultores seus associados e alguma imprensa local.
No conjunto das visitas efectuadas foi salientada a absoluta necessidade de elevar os rendimentos dos agricultores como um dos factores determinantes para o futuro da agricultura. A melhoria dos preços pagos ao produtor e a necessidade de dar combate aos elevados preços dos factores de produção e do crédito bancário foram outras importantes questões levantadas.
A defesa e preservação do ambiente e da paisagem foram considerados pelos presentes factores decisivos para o desenvolvimento da região e para a promoção do turismo. Tal será sustentável somente com uma Região Demarcada «bem viva», só possível mantendo os milhares de lavradores durienses a trabalhar e a produzir, continuando a valorizar uma região que é Património Mundial da Humanidade. Nos encontros mantidos com o deputado comunista exigiu-se a adopção de políticas que permitam um melhor equilíbrio entre a produção e o comércio de vinho generoso, interditando a adição de mostos concentrados provenientes de fora da região e o controlo de importação de direitos de plantação para dentro da Região Demarcada.
A situação em que se encontra a Casa do Douro também preocupa, já que a retirada de muitas das competências que lhe estavam atribuídas levou à sua paralisia e à ameaça de falência. Os seus trabalhadores continuam com os salários em atraso. Os stocks existentes na Casa do Douro, se colocados no mercado de forma desregulada, porão em causa a quantidade de benefício a atribuir e acentuarão o já baixo rendimento dos pequenos e médios produtores. Para o PCP, há que encontrar soluções para esta instituição, devolvendo-lhe os poderes que já teve. Trata-se de um aspecto determinante para o futuro da Região Demarcada do Douro.