Agricultores manifestam-se em Braga

Resistir contra o caos!

Centenas de agricultores e produtores de leite e de carne manifestaram-se, quinta-feira, em Braga, para alertar para a grave crise que vive a lavoura nacional, em especial os produtores pecuários.

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Depois de uma concentração na Avenida Central, os agricultores e produtores de leite rumaram até à Feira Agro – Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, onde aprovaram «10 reclamações» para acudir aos maiores problemas do sector.

Neste documento, aprovado por unanimidade, reclama-se «saber onde param os 50 milhões de euros destinados ao sector leiteiro no “Exame de Saúde” da PAC» e exige-se «apoios a fundo perdido para o licenciamento das explorações pecuárias e reforço das verbas para as organizações de produtores».

Pretende-se, de igual forma, «uma retirada – compra à produção – das vacas já fora de produção leiteira», «criação de condições para aumentos dos preços à produção», «aumento do subsídio de gasóleo, reposição da ajuda à "electricidade verde", combate à especulação com preços das rações, dos adubos, etc.», «isenção do pagamento das contribuições mensais dos agricultores para a Segurança Social enquanto durar a crise», «combate à especulação das “marcas brancas” dos hipermercados», «ajudas públicas pagas a tempo e horas aos agricultores» e «linhas de crédito bonificado para a lavoura a longo prazo».

No final do protesto, promovido pela Associação Nacional de Produtores de Leite e Carne, com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura, José Lobato explicou a razão da presença dos agricultores e produtores de leite em Braga, que passou por demonstrar o «descontentamento pelas políticas desajustadas que os nossos governantes e a União Europeia têm levado a cabo e as injustiças que têm praticado na nossa agricultura».

«Vivemos umas das maiores crises de que há memória no sector pecuário; tal situação tem obrigado os produtores de leite e carne a trabalhar cada vez mais, a investir o que têm e não têm e em muitos casos a trabalhar para aquecer», afirmou, criticando os sucessivos governos por não terem conseguido ou não terem querido «defender os interesses da agricultura nacional, embora, sempre que acaba uma negociação sobre um dos quadros comunitários de apoio, o Governo que o negociou se apresse a publicar e a fazer farfalha de que conseguiu um bom negócio para Portugal e para os agricultores».

Com esta situação, adiantou José Lobato, já encerraram na última década milhares de explorações pecuárias, «sendo que actualmente muitas outras atravessam graves dificuldades para continuar a subsistir».

Paralelamente, continuou, «Bruxelas impõe regras e prepara medidas que visam a liberalização da produção de leite no espaço económico europeu, o que pode vir a ditar o ponto final na produção leiteira e da carne nacional, sem que os nossos governantes tenham assumido posições claras e patrióticas que levem à produção destes sectores. Ao tentar eliminar o sistema de quotas de produção nacionais, a Comissão Europeia pretende beneficiar os países mais ricos, que recebem mais apoios comunitários e que usufruem de melhores condições de produção.»

Para contrariar a situação, o Governo português terá de assumir uma posição firme de defesa da nossa produção pecuária, de forma a garantir a soberania alimentar do País. «Os agricultores que ainda resistem neste País, que amam a terra e que dela colhem o seu rendimento, têm demonstrado serem capazes de resistir e de lutar contra todos aqueles que têm contribuído para a destruição da nossa produção agrícola e da nossa agricultura e para o caos económico do País», disse José Lobato.



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