Basta de sacrifícios!
Milhares de trabalhadores da Administração Pública, de todo o País, deslocaram-se a Lisboa para darem largas à sua indignação contra a política de direita do Governo PS. Garantiram que vão prosseguir a luta até a derrotarem.
São atacados os salários, os direitos e o serviço público
Ao início da tarde, próximo das Amoreiras, começaram a concentrar-se os trabalhadores dos vários sectores da Administração Pública. Pela Rua Joaquim António de Aguiar, em direcção ao Marquês de Pombal, foram descendo funcionários públicos, trabalhadores da Administração Local, enfermeiros, professores, não docentes, bombeiros e trabalhadores das empresas do sector empresarial do Estado, com forte participação do sector dos Transportes, reformados e aposentados. Também aqui compareceram comissões de utentes contra a destruição e encerramento de serviços de saúde e contra as portagens nas SCUT. Todos confluíram para a Avenida da Liberdade, ao encontro de outros milhares de manifestantes, que vinham desde o Saldanha.
Com a juventude na vanguarda do protesto, a manifestação levou à frente os funcionários públicos de todas as regiões, incluindo as autónomas. Forte expressão teve também a participação dos auxiliares da acção educativa, que voltaram a exigir a sua passagem ao quadro e a rejeitar qualquer despedimento de não docentes.
Repudiando o ataque do Governo ao vínculo de emprego público, os cortes nos salários e o congelamento das pensões, os aumentos de impostos e do custo de vida, a precariedade, as privatizações, o desemprego e os bloqueios à negociação colectiva, os sindicatos da Função Pública responsabilizaram, em vários panos, o PS, o PSD e o CDS pela degradação das condições de vida e de trabalho do povo português nas últimas três décadas.
Os trabalhadores da Saúde reclamaram a negociação dos acordos colectivos de trabalho e das ex-carreiras dos serviços gerais daquele sector. Psicólogos protestaram contra a precariedade e por emprego com direitos. Os enfermeiros ironizaram com a forma como o País os desaproveita, através de um pano onde se lia «Vá para fora, forme-se cá dentro».
Ameaçados com a extinção de mais de 30 mil horários no próximo ano lectivo, são cada vez mais os professores de todo o País a aderir à luta contra uma política que acusaram de destruir a qualidade da escola pública e descredibilizar a profissão docente.
Largos milhares de trabalhadores da Administração Local reclamaram o fim da «flexigurança», do agravamento das injustiças sociais, rejeitaram as «externalizações» e a privatização de serviços, e exigiram valorizações salariais.