A 24 de Março os estudantes prometem regressar aos protestos

Luta no ensino

De Norte a Sul do País, os alunos de mais de 60 es­colas do en­sino bá­sico e se­cun­dário ma­ni­fes­taram, quinta-feira, o seu pro­testo contra a po­lí­tica do Go­verno. A luta con­tinua a 24 de Março, Dia Na­ci­onal do Es­tu­dante.

O Go­verno cortou 12 por cento no Or­ça­mento do Es­tado para a edu­cação

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«Em cada uma das ac­ções ficou bem clara a von­tade dos es­tu­dantes de darem con­ti­nui­dade a este grande pro­cesso de luta, através de abaixo-as­si­nados, mar­ca­ções de reu­niões ge­rais de alunos, pin­turas de faixas, con­cen­tra­ções e api­tões até serem ou­vidas as suas exi­gên­cias», sa­li­enta, em nota de im­prensa, a De­le­gação Na­ci­onal das As­so­ci­a­ções de Es­tu­dantes do En­sino Se­cun­dário e Bá­sico (DNA­EESB), que pro­moveu o pro­testo, dando conta das rei­vin­di­ca­ções dos alunos, que passam por «mais fi­nan­ci­a­mento», «contra a pri­va­ti­zação», «mais fun­ci­o­ná­rios nas es­colas», «mais pro­fes­sores», «real apli­cação da Edu­cação Se­xual», «fim do Es­ta­tuto do Aluno», «contra a fi­gura do di­rector e por uma es­cola de­mo­crá­tica» e «contra o fim do des­porto es­colar».

Em nota de im­prensa, o Se­cre­ta­riado da Co­or­de­na­dora Na­ci­onal do En­sino Bá­sico e Se­cun­dário da JCP saudou a «luta dos es­tu­dantes pelo seu di­reito a uma edu­cação pú­blica e digna para todos».

Neste mo­mento da vida do nosso País, em que o Go­verno in­siste na prá­tica de po­lí­ticas da­nosas para a mai­oria dos por­tu­gueses, em par­ti­cular os es­tu­dantes do en­sino bá­sico e se­cun­dário, os jo­vens co­mu­nistas re­a­firmam, por isso, que «só a luta é que der­ro­tará as po­lí­ticas de di­reita» e que a JCP «es­tará sempre ao lado dos es­tu­dantes por mais fi­nan­ci­a­mento para a edu­cação».

«O Go­verno PS cortou 12 por cento no Or­ça­mento do Es­tado para a edu­cação, o que tem afec­tado, e muito, a falta de con­di­ções ma­te­riais nas es­colas. É gri­tante a quan­ti­dade de es­colas que hoje têm que fazer cortes nos gastos em ma­te­riais para as aulas, na elec­tri­ci­dade e em ou­tros bens fun­da­men­tais para o bem-estar dos alunos e para o seu su­cesso es­colar», cri­ticam os jo­vens co­mu­nistas, que de­nun­ciam novas re­du­ções de custos com a Re­visão Cur­ri­cular, que en­trará em vigor no ano lec­tivo de 2011/​2012, e que tem como ob­jec­tivo acabar com o Es­ta­tuto Acom­pa­nhado e Área Pro­jecto, re­du­zindo o nú­mero de pro­fes­sores e au­men­tando o nú­mero de turmas por cada um, o que terá como con­sequência o au­mento do nú­mero de alunos por turma e o fim do des­porto es­colar e ou­tras ac­ti­vi­dades extra-cur­ri­cu­lares.

A JCP de­nuncia ainda a pri­va­ti­zação das es­colas, através do Em­presa Parque Es­colar. «O Go­verno vai pagar este ano mais de 500 mi­lhões em rendas à EPE, di­nheiro esse que de­veria servir para criar me­lhores con­di­ções nas es­colas e con­tratar mais fun­ci­o­ná­rios e pro­fes­sores», de­fendem os jo­vens co­mu­nistas, que não con­cordam com a me­dida de cortes na função pú­blica (por cada 40 que saem, entra apenas um), uma vez que «não há fun­ci­o­ná­rios su­fi­ci­entes para dar res­posta aos ser­viços que os es­tu­dantes pre­cisam».

Por outro lado, acres­centa a JCP, «a grande mai­oria das es­colas não viu ser apli­cada a Edu­cação Se­xual, ao con­trário do que o Go­verno afirma».



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