Pormenores e cores de algumas regiões

Reunida no dia 27, sábado, a DOR Setúbal assinalou «adesões próximas dos 100% na administração pública central e local, o que levou ao encerramento generalizado das autarquias locais, escolas, serviços de Finanças, centros de Segurança Social, tribunais, infantários e misericórdias, com hospitais e centros de saúde a funcionar só com serviços mínimos». Destacou a paralisação da Transtejo e Soflusa, da CP Carga e dos TC Barreiro; a circulação de apenas dois comboios na linha do Sado; adesão na ordem dos 80% nos TST, a circulação de apenas metade das composições no Metro do Sul do Tejo e de um só barco na Atlantic Ferries. «No sector produtivo a adesão à greve foi das mais significativas dos últimos anos», com paragem de produção na Autoeuropa e nas 23 empresas do parque industrial, e com adesão próxima dos 90% na Lisnave, na Visteon e no Arsenal do Alfeite, e próxima dos 100% na EMEF. Como empresas com «adesão significativa», a DORS refere: Delphi, SEAE, Multiauto, Citroën, LBC-Tanquipor, Alstom, CNE, Acciona (ATF), Britobras, Mecânica Piedense, Montitec, Fabrequipa. Nos serviços, são realçadas fortes adesões nos balcões da CGD, no Jumbo (Almada e Setúbal) e no Pingo Doce do Montijo, e ainda o encerramento das lotas de Setúbal e Sesimbra, bem como do porto de Setúbal. Em muitos casos, os trabalhadores aderiram pela primeira vez a uma luta desta dimensão, nota a DORS.

A DOR Porto, numa nota de imprensa que emitiu dia 25, destacou a indústria transformadora, onde «várias empresas com centenas de trabalhadores tiveram adesão superior a 90%», os sectores da construção civil, da hotelaria e restauração, e das pescas (adesão muito significativa de pescadores do porto de pesca de Leixões e adesão total nas lotas da sardinha, do arrasto e artesanal e nas oficinas da Docapesca). Foi «histórica» a greve no Metro do Porto (adesão acima de 90%). Foram suprimidos 300 serviços da STCP (adesão superior a 70%) e houve «participação massiva» dos ferroviários. O retrato é semelhante ao nacional nos Correios, na saúde, nas escolas, na administração local (800 trabalhadores em greve na CM de Matosinhos, 95% de adesão na CM de Valongo, 90% nos SMAS da Maia, 90% dos trabalhadores dos Paços do Concelho em Marco de Canavezes, 97% no sector dos arruamentos da CM do Porto, 85% nas oficinas municipais de Gaia e a maior adesão dos últimos anos nos Paços do Concelho, encerramento de vários serviços em Gondomar, adesões de 90 a 100% em vários sectores em Vila do Conde, adesão total nos Bombeiros Sapadores do Porto e de Gaia. Encerraram dezenas de balcões da CGD. Na AXA registou-se a maior participação de sempre numa greve geral.

A DOR Vila Real reuniu dia 25 e destacou o impacto da greve geral na Motometer, nos CTT, na saúde, ensino, administração local e vários serviços públicos (como o Registo Civil de Vila Real, a Loja do Cidadão em Murça, as Finanças na Régua, Vila Real e Chaves, o ISS na Régua, os centros de saúde de Boticas, Mesão Frio e Mondim de Basto e o Hospital da Régua).

Numa nota à imprensa, a DOR Castelo Branco assinalou elevadas adesões dos enfermeiros, auxiliares de acção médica e administrativos nos hospitais Amato Lusitano, Fundão e HCB; mais de 80 escolas sem aulas; adesão de 100% nos tribunais de Castelo Branco, Fundão e Covilhã; encerramento do Governo Civil e da CM de Castelo Branco e níveis de adesão muito elevados nas câmaras de Vila de Rei (92%), Belmonte (99% nos serviços externos), Penamacor e Sertã (mais de 80% nos sectores operários); o encerramento de balcões da CGD; níveis de adesão de 60% na Danone, de 70% na Paulo de Oliveira, de 57% na Denifer.



Mais artigos de: Trabalhadores

Força para as próximas lutas

Actualizamos nestas páginas alguns comentários e informações sobre a greve geral. À hora do fecho desta edição, a CGTP-IN iria divulgar as conclusões da reunião de anteontem do seu Conselho Nacional. Pela força da luta de 24 de Novembro e pela forma como sindicatos e trabalhadores a estão a encarar, a maior greve geral de sempre no nosso país abre perspectivas muito animadoras para os duros combates que vai ser necessário travar nos próximos tempos.

Alfandegários lutam pelo emprego

Depois da greve geral, os trabalhadores das alfândegas prolongaram  a sua paralisação por mais dois dias e desfilaram em defesa dos postos de trabalho, dia 26, com bandeiras negras, em Lisboa, até ao Ministério das Finanças.

Bombeiros reclamam carreiras dignas

Prossegue até dia 14 a recolha de assinaturas para o abaixo-assinado, a ser entregue no dia seguinte, na Assembleia da República, promovido pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e o Sindicato dos Trabalhadores do município de Lisboa, ambos da CGTP-IN, contra...

Reestruturação contestada

Na sexta-feira, dia 26, algumas centenas de trabalhadores do Município de Lisboa concentraram-se frente aos Paços do Concelho, respondendo ao apelo dos sindicatos da CGTP-IN (STML e STAL), com o objectivo de contestarem a reestruturação dos serviços...

Vigília na <i>Portugália</i>

Foto LUSA Os trabalhadores da cervejaria Portugália, no Cais do Sodré, em Lisboa, cumpriram uma vigília de três dias contra a instauração de 11 processos disciplinares, com vista a um «inaceitável» despedimento de todos os membros da...

CGTP-IN abre exposição

Sob a lema «Marcamos o Tempo com a Luta de quem Trabalha», o programa de iniciativas comemorativas do 40.º aniversário da CGTP-IN prossegue amanhã, com a inauguração, em Lisboa, de uma exposição. A partir das 18 horas desta sexta-feira e até 11 de...