Estudantes manifestam-se em Lisboa

Luta no superior

Mi­lhares de es­tu­dantes, vindos de vá­rios pontos do País, ma­ni­fes­taram-se no dia 17 de No­vembro, em Lisboa, e exi­giram a al­te­ração do rumo da po­lí­tica dos su­ces­sivos go­vernos para o en­sino su­pe­rior.

 

O Go­verno in­siste em de­sin­vestir no en­sino su­pe­rior

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«Pro­pinas e Bo­lonha, é tudo uma ver­gonha», «Acção So­cial não existe em Por­tugal», «Bolsas sim, pro­pinas não! Este Go­verno não têm edu­cação», «Não, não, não à pri­va­ti­zação» foram al­gumas das pa­la­vras de ordem en­to­adas du­rante o per­curso, que se ini­ciou no Marquês de Pombal e ter­minou junto à As­sem­bleia da Re­pú­blica. De­pu­tados dos par­tidos com as­sento par­la­mentar, de entre os quais Rita Rato, do PCP, fa­laram com os es­tu­dantes na es­ca­daria de S. Bento.

Ao Avante!, João Alves, pre­si­dente da As­so­ci­ação de Es­tu­dantes da Es­cola de Arte e De­sign das Caldas da Rainha, falou dos pro­blemas que, hoje, os es­tu­dantes do en­sino su­pe­rior en­frentam e que passam, prin­ci­pal­mente, pela «falta de fi­nan­ci­a­mento». «O Go­verno in­siste em de­sin­vestir no en­sino su­pe­rior e fazer cortes abruptos na Acção So­cial Es­colar», cri­ticou, re­cor­dando que, este ano lec­tivo, as «bolsas vão ser vi­sadas em nú­mero e valor, através do de­creto-lei 70/​2010, com a al­te­ração da con­cepção do agre­gado fa­mi­liar e a in­te­gração dos va­lores lí­quidos de tra­balho de­pen­dente no cál­culo da bolsa».

«Es­tamos a meio do pri­meiro se­mestre e mi­lhares de es­tu­dantes, por este País fora, estão em risco de perder as suas bolsas, cerca de 40 por cento. Por outro lado, os que re­correm pela pri­meira vez ao Es­tado ainda não ti­veram qual­quer apoio, com contas por pagar, com as pro­pinas, com os ma­te­riais. O ano não pára e os apoios não chegam», acres­centou.

Para ilus­trar a si­tu­ação, João Alves deu o exemplo da sua es­cola. «A falta de fi­nan­ci­a­mento ve­ri­fica-se, também, ao nível das con­di­ções ma­te­riais, sendo uma ins­ti­tuição de en­sino que exige equi­pa­mento muito es­pe­ci­a­li­zado», sa­li­entou, cri­ti­cando, por outro lado, a «falta de fun­ci­o­ná­rios», a «so­bre­lo­tação de muitas salas» e a «falta de con­di­ções dessas salas». «Isto são tudo pro­blemas que se re­flectem na vida diária e con­creta das es­colas», disse ainda.

Para além das Caldas da Rainha, nesta ma­ni­fes­tação par­ti­ci­param es­tu­dantes de Tomar, Beja, Lisboa, Porto e Minho. Mo­mento que contou com a so­li­da­ri­e­dade da JCP, que, em nota de im­prensa, apelou aos es­tu­dantes para que «não se re­signem e con­ti­nuem a luta por uma mu­dança de po­lí­ticas, sendo este o ca­minho para al­cançar o en­sino pú­blico, gra­tuito, de­mo­crá­tico e de qua­li­dade para todos».


 

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Num pro­testo re­a­li­zado no Pólo dos Leões, os es­tu­dantes de­nun­ci­aram os pro­blemas que mais os afectam

 

Acção de pro­testo em Évora

 

No dia 16 de No­vembro, os es­tu­dantes de Artes Vi­suais e de Te­atro do Pólo dos Leões da Uni­ver­si­dade de Évora jun­taram-se numa acção de pro­testo contra as con­di­ções exis­tentes na­quela ins­ti­tuição de en­sino.

Estão, en­tre­tanto, a cir­cular dois abaixo-as­si­nados que dão conta dos «pro­blemas» e «la­cunas» que têm sur­gido neste ano lec­tivo e que se têm vindo a agravar ao longo do tempo. Em causa está, por exemplo, a ne­ces­si­dade de manter aberto, «24 horas por dia, o Pólo dos Leões, com as res­pec­tivas salas dis­po­ní­veis, todos os dias, in­cluindo sá­bados, do­mingos e al­guns fe­ri­ados», a falta de «ma­te­riais bá­sicos ao dispor dos alunos», assim como a «aber­tura da bi­bli­o­teca», que «deve ser uma pri­o­ri­dade». Os alunos cri­ticam ainda a «falta de pro­fes­sores», a «pri­va­ti­zação do bar/​can­tina» e a ine­xis­tência de acessos para pes­soas com mo­bi­li­dade re­du­zida.

Os es­tu­dantes de artes vi­suais e de­sign alertam ainda para a «falta de software, que inibe o bom fun­ci­o­na­mento das aulas e da ma­téria pré-es­ta­be­le­cida» e para o facto de, nas novas ins­ta­la­ções, exis­tirem «in­fil­tra­ções ab­surdas», assim como o «ar con­di­ci­o­nado ainda não estar a fun­ci­onar na sua to­ta­li­dade».



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