Comunistas saúdam CGTP-IN
O 40.º aniversário da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional foi saudado pelo Comité Central do PCP e por Francisco Lopes, candidato às próximas eleições presidenciais.
Esta central é uma conquista e uma realização histórica dos trabalhadores
As duas mensagens de saudação foram enviadas à central no dia 1 de Outubro e estiveram entre as que foram referidas (e aplaudidas) na grande assembleia de dirigentes e activistas, que decorreu nesse dia na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.
Grande combatividade
O Comité Central do Partido começa por recordar que «na luta contra o fascismo, no exaltante processo da Revolução de Abril, na prolongada resistência e combate a décadas de recuperação capitalista e ataque aos direitos dos trabalhadores, a CGTP-IN assumiu o seu papel de grande central sindical dos trabalhadores portugueses». E «assume, aos mais diversos níveis, face ao grave ataque do grande capital e dos governos das últimas décadas, uma posição de grande combatividade, expressa num trabalho quotidiano e na realização de poderosas jornadas de luta, marcos da luta dos trabalhadores portugueses».
Considerando a Inter como «herdeira das melhores tradições do movimento operário e sindical português, conquista e realização histórica dos trabalhadores», o PCP «presta homenagem a todos os que honraram e honram o seu percurso, a todos aqueles que se têm empenhado na defesa dos interesses de classe dos trabalhadores e da causa da sua emancipação».
Num momento em que «o capital, os seus representantes políticos e os seus propagandistas intensificam a exploração e promovem uma brutal ofensiva contra os trabalhadores portugueses e os interesses nacionais», o PCP «reafirma a sua confiança na organização, unidade e luta dos trabalhadores, a grande força social de resistência, reivindicação e transformação, capaz de derrotar a ofensiva em curso, concretizar a ruptura com a política e o rumo de exploração, injustiça social e declínio nacional, e assegurar a mudança de que Portugal precisa»; e «reafirma a sua confiança em que, enfrentando obstáculos e dificuldades, pressões e ataques, a CGTP-IN continuará a cumprir o seu notável papel, indissociável da sua natureza, princípios e objectivos».
«A proclamação histórica proletários de todos os países uni-vos coloca-se hoje com acrescida actualidade e necessidade», assinala o CC do PCP, declarando que, «neste ano em que se assinalam os 120 anos do 1.º de Maio, os tempos são difíceis para a vida dos trabalhadores, exigentes para a sua unidade, organização e luta, mas, como em muitas outras situações, falarão mais alto a confiança e a determinação, para agir, transformar e avançar na resistência à ofensiva, na defesa dos interesses de classe dos trabalhadores, na luta pela ruptura com a política de direita e por uma política patriótica e de esquerda, no combate à exploração capitalista, tendo no horizonte a democracia avançada e o socialismo – a sociedade sem exploração do homem pelo homem».
Sem equívocos
nem hesitações
Francisco Lopes considera que no período decorrido desde a convocação da primeira «reunião inter-sindical», em 1970, a CGTP-IN viveu «quatro décadas ao serviço dos interesses de classe dos trabalhadores, inseparável de grandes jornadas de luta, duma acção permanente, conseguindo importantes conquistas, desenvolvendo a resistência a ofensivas de regressão social, afirmando uma natureza, princípios e objectivos que são base de iniciativa, combatividade, coerência e fortalecimento do Movimento Sindical Unitário».
Na saudação pelo aniversário, o candidato envolve «a direcção da central, os dirigentes, delegados e activistas sindicais e neles os trabalhadores, homens e mulheres, os que têm uma longa vida de trabalho e as novas gerações, alvo privilegiado de regressão de direitos, precariedade e agravamento da exploração», bem como «os imigrantes, os desempregados e todos aqueles que a engrenagem da exploração e do lucro atinge nos seus direitos e dignidade». Saúda igualmente «a intervenção persistente, abnegada e corajosa nas empresas e locais de trabalho, vencendo a repressão e os mais diversos obstáculos, no desenvolvimento e fortalecimento da acção e organização sindical».
«A minha candidatura assume-se sem qualquer hesitação como candidatura dos trabalhadores, tendo como elemento essencial a valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos salários, do pleno emprego, dos direitos e conquistas, como aspecto essencial de um Portugal mais desenvolvido e mais justo, no caminho da emancipação dos trabalhadores e do fim do caduco sistema de exploração», afirma Francisco Lopes, sublinhando «a necessidade do uso de todos os direitos constitucionais, de mobilização dos trabalhadores e do povo português, para a ruptura com o rumo de exploração, injustiça e declínio nacional».
O candidato e dirigente comunista realça que, «face à brutal ofensiva em curso contra os trabalhadores e o povo, de agravamento das injustiças e de afundamento do País, que mais uma vez os trabalhadores portugueses enfrentam com o destacado papel e iniciativa da CGTP-IN, não servem as hesitações e os equívocos, a minha candidatura é clara: posiciono-me contra essas medidas gravosas». Também «não servem as dúvidas e evasivas sobre a luta dos trabalhadores», expressando Francisco Lopes «solidariedade e apoio à necessária, ampla, persistente e poderosa luta dos trabalhadores».
Na mensagem, «a luta dos trabalhadores e do povo português, no uso dos direitos que a Constituição lhes confere», é considerada «um direito e um dever patriótico» e «um processo insubstituível na construção de um futuro melhor». Francisco Lopes exorta a que se faça «ouvir, com toda a sua força, a voz do trabalho, a voz dos trabalhadores e do povo», num tempo que «é de decisão, coragem e confiança, de combate à descrença, de estímulo à participação, de iniciativa e afirmação da alternativa, na intervenção dos trabalhadores com a sua acção e luta».
Concluindo que «esse é também o sentido da minha intervenção nas eleições presidenciais», reafirma o que está inscrito no compromisso de candidatura: «É preciso transformar desânimos e resignações em esperança combativa! Confiem nas vossas próprias forças! O futuro de um Portugal mais justo e desenvolvido está nas vossas mãos!»