O Centro de Saúde de Corroios, apelidado de «prédio de três andares», onde são prestados os cuidados de saúde aos utentes daquela freguesia do Seixal, está encerrado para obras, há mais de quatro meses. Segundo informou, no dia 23 de Setembro, a Comissão de Utentes da Saúde da Freguesia de Corroios, estas obras, que no fundamental servirão para evitar que um inverno rigoroso deteriore ainda mais as instalações, serão para «gastar cera com ruim defunto». «Aceitamos que sejam necessárias para melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde, igualmente sacrificados no seu dia a dia, escada acima, escada abaixo, e a terem de inventar condições de atendimento minimamente dignas, pois actualmente trabalham sem quaisquer condições», afirmaram, na Assembleia de Freguesia de Corroios, os utentes, lembrando que o atendimento é agora feito na Extensão de Saúde do Moinho de Maré, onde, segundo ilustraram, antes das 8.00 horas as «filas são enormes, constituídas muitas vezes por mais de 70 pessoas» e algumas delas «vão para lá antes das 5.00 horas». Muitas das pessoas que ali chegam às 6.30 horas já não conseguem senha para consulta.

A Comissão de Utentes da Saúde da Freguesia de Corroios criticou ainda a «falta de transportes» e recordou que em Setembro de 2007 foi apresentada na Assembleia da República uma petição exigindo a construção de um novo equipamento de saúde. «A construção de um novo Centro de Saúde é inadiável, por um conjunto de razões que todos reconhecem, com acessibilidades para idosos, deficientes e grávidas, entre outras condições igualmente pertinentes, que, por muitas obras que se façam neste Centro, nunca serão resolvidas», defendem os utentes, dando ainda conta que «existem actualmente mais de 20 mil pessoas sem médico de família».