França

Estátua de Lénine erguida em Montpellier

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Uma es­tátua de Lé­nine, em bronze, com 850 quilos e mais de três me­tros de al­tura, foi uma das pri­meiras cinco es­tá­tuas a ser co­lo­cada, dia 18, na Praça do Sé­culo XX, na ci­dade de Mont­pel­lier, no Su­deste de França, que será inau­gu­rada em 17 de Se­tembro.

Em­bora es­teja para já acom­pa­nhado do so­ci­a­lista francês Jean Jaurès, dos an­tigos pre­si­dente norte-ame­ri­cano Fran­klin D. Ro­os­velt, pre­si­dente francês Charles de Gaulle, e pri­meiro-mi­nistro bri­tâ­nico Winston Chur­chill, a pre­sença do re­vo­lu­ci­o­nário russo sus­citou de ime­diato re­ac­ções ne­ga­tivas tanto à di­reita como à dita «es­querda».

Porém, longe de se in­ti­midar com as crí­ticas, o pre­si­dente da re­gião Lan­guedoc-Rous­sillon, Ge­orge Frêche, de quem partiu a ini­ci­a­tiva de con­sa­grar um es­paço pú­blico a fi­guras que mar­caram o sé­culo XX, re­ju­bilou vendo na po­lé­mica a ga­rantia de que «a praça tornar-se-á co­nhe­cida em toda a França».

Quanto ao con­teúdo dos ata­ques in­dig­nados vindos da di­reita sar­ko­ziana (UMP), bem como dos Verdes que ame­a­çaram der­rubar a es­tátua do fun­dador da URSS, este an­tigo di­ri­gente so­ci­a­lista, ex­pulso do par­tido em 2007 por co­men­tá­rios ra­cistas, de­clarou: «Aquilo que dizem pes­soas que não co­nhecem nada de his­tória e con­fundem moral com po­lí­tica pouco me in­te­ressa.»

E acres­centou: «Em Lé­nine en­con­tramos dois mo­mentos lu­mi­nosos: a Re­vo­lução de Ou­tubro de 1917 e a des­co­lo­ni­zação, uma vez que 1917 mudou a face do mundo. Sem 1917, não ha­veria a des­co­lo­ni­zação de África, da Índia, da China e, de forma geral, do cha­mado mundo em vias de de­sen­vol­vi­mento».

A ideia de co­locar um mo­nu­mento a Lé­nine nas ruas de Mont­pel­lier, ci­dade de que foi pre­si­dente de câ­mara entre 1977 e 2004, ocorreu a Ge­orge Frêche no início de 2008, quando des­co­briu uma es­tátua do líder so­vié­tico nas ruas da ci­dade norte-ame­ri­cana de Se­a­tlle (na foto), cujos pro­pri­e­tá­rios pre­ten­diam vender.

Con­tudo, apesar de o ne­gócio não se ter con­cre­ti­zado, de­vido ao alto preço exi­gido (mais de 200 mil euros) a que acres­ciam des­pesas de trans­porte, o pro­jecto não foi aban­do­nado, antes evo­luiu para uma praça onde de­verão caber 15 fi­guras do sé­culo pas­sado.

Até ao final de 2011, o es­cultor Fran­çois Ca­cheux de­verá ter pronta uma se­gunda série de cinco es­tá­tuas, onde se in­cluem re­pre­sen­ta­ções de Gandhi, Nelson Man­dela, Golda Meier, Gamal Abdel Nasser e… Mao Tse­tung, nome que também já co­meçou a ser con­tes­tado.

To­davia, até a ou­sadia de Ge­orge Frêche tem os seus li­mites. Em en­tre­vista ao jornal Le Fi­garo (06.08), con­fessou o seu de­sejo de in­cluir a fi­gura de Stá­line neste pan­teão do sé­culo XX, mas viu-se obri­gado a re­cuar: «A opi­nião pú­blica não está ainda pre­pa­rada para Stá­line. Es­colhê-lo seria in­ter­pre­tado como uma pro­vo­cação da minha parte (…) No en­tanto, também ele mudou o curso da his­tória com a vi­tória em Sta­lin­grado contra os ale­mães. Neste sen­tido, é um grande homem».



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