Galegos manifestam-se pela nação

Galiza para o povo

Mi­lhares de ga­legos ma­ni­fes­taram-se, dia 26, nas ruas de San­tiago de Com­pos­tela, em Es­panha, para exigir a pro­cla­mação da Ga­liza como «uma nação», num pro­testo con­vo­cado pelo Bloco Na­ci­o­na­lista Ga­lego (BNG).

BNG de­fende eco­nomia ao ser­viço do povo

A ma­ni­fes­tação juntou mais de 20 mil pes­soas, se­gundo de­clarou à Agência Lusa o porta-voz na­ci­onal do BNG, Guil­lerme Vas­quez. «Es­tamos aqui a ex­pressar a nossa von­tade de ser uma nação. Es­tamos aqui a de­fender a pá­tria ga­lega que que­remos cons­truir, com de­mo­cracia, com au­to­go­verno e com bem-estar so­cial».

Guil­lerme Vas­quez cri­ticou o Es­tado «cen­tra­lista» es­pa­nhol, cul­pando-o pelos «pro­blemas his­tó­ricos» da Ga­liza, a qual «só terá fu­turo se tiver ca­pa­ci­dade real de se au­to­go­vernar, só se fará res­peitar quando de­cidir com­portar-se como uma nação».

O porta-voz do BNG acusou ainda o go­verno re­gi­onal, li­de­rado por Al­berto Nuñez Feijóo, do Par­tido Po­pular, de «longe de ser uma so­lução» estar a trans­formar-se «num pro­blema para a Ga­liza».

«Em ano e meio pro­moveu o de­creto contra o nosso idioma, im­pediu se­lec­ções des­por­tivas ga­legas, aban­donou a pro­moção da cul­tura ga­lega, de­moliu o sis­tema ga­lego de bem-estar, pri­va­tizou a saúde pú­blica, pro­moveu uma lei dos solos para be­ne­fi­ciar os in­frac­tores».

O di­ri­gente na­ci­o­na­lista re­feriu-se ainda à re­cente de­cisão do Tri­bunal Cons­ti­tu­ci­onal que de­clarou ilegal a con­sa­gração do con­ceito de nação nos es­ta­tutos das re­giões au­tó­nomas. «Se na Cons­ti­tuição, trans­for­mada numa múmia pelo bi­par­ti­da­rismo es­pa­nhol, não cabem as na­ções, então te­remos que con­cluir que sim­ples­mente é ne­ces­sária outra Cons­ti­tuição porque ou a so­be­rania é par­ti­lhada ou os povos ca­mi­nharão para a total so­be­rania.»

Vas­quez acusou o go­verno de Za­pa­tero de servir «os in­te­resses de uma mi­noria egoísta e anti-so­cial», qua­li­fi­cando as me­didas de aus­te­ri­dade como «uma clau­di­cação ante a es­pe­cu­lação fi­nan­ceira, ante a di­ta­dura dos mer­cados. Re­nuncia a go­vernar para as pes­soas e pre­fere go­vernar para o Deus­cht­bank».

Sob o lema geral «Faz valer a tua força. Fra­cas­sado o mo­delo ao ser­viço da banca, uma nova eco­nomia ao ser­viço do povo e da Ga­liza», os ma­ni­fes­tantes pro­fe­riram pa­la­vras de ordem como: «Na Ga­liza, em ga­lego» e «Ga­legos somos, ga­legos se­remos, por es­pa­nhóis nunca pas­sa­remos».

O pro­testo in­te­grou as co­me­mo­ra­ções do Dia da Pá­tria Ga­lega, que se as­si­nala todos os anos a 25 de Julho, dia do após­tolo Tiago.



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