CT da Boavista fez 30 anos

Onde os sonhos se fazem

Duas centenas de militantes e simpatizantes do PCP participaram, no dia 2, na festa dos 30 anos do Centro de Trabalho da Boavista, no Porto, onde funciona a Organização Regional.

Aquele espaço acolheu milhares de assembleias e reuniões

«O esforço abnegado de milhares de camaradas e amigos tornou-se realidade, e o Norte passam a ter uma sede à altura do Partido», afirmou José Moreira, do Secretariado da DORP do PCP. Ali celebrado foi o aniversário do Centro de Trabalho e, sobretudo, o esforço militante necessário para levar a cabo a aquisição daquele espaço, que permitiu excelentes condições de trabalho aos comunistas do Porto ao longo das últimas três décadas.

Centro de Trabalho carregado de memórias das lutas, da sua preparação, de um enorme espólio democrático como só no PCP existe, consubstanciado nas milhares de assembleias, plenários e muitas outras iniciativas através das quais se dá continuidade à exaltante história do Partido Comunista Português. Foi, aliás, pela história que se iniciou aquela iniciativa com a projecção dum vídeo que recordava parte do muito que ali se viveu.

José Moreira, na sua intervenção, apontou duas questões como fundamentais para a decisão de adquirir um Centro de Trabalho no Porto no fim da década de 70 do século passado: a «ameaça» a que estava sujeito o Centro de Trabalho da Aníbal Cunha e o «grande crescimento do Partido no Porto que, no ano de 1979, tinha mais militantes que todo o Norte em 1976». E foi assim que, através de um «esforço gigantesco», que «envolveu milhares de camaradas e também muitos amigos», foi possível anunciar, em Março de 1980, durante o comício de aniversário do PCP, a compra e a localização do novo Centro de Trabalho.

Recuando trinta anos, José Moreira lembrou os «rostos sorridentes» com que «centenas de militantes e amigos», no final desse comício, «se dirigiram para a Avenida de Boavista para com os seus próprios olhos verem a nova sede do Partido, ainda em fase de acabamento». Estas últimas três décadas, recordou, foram «anos exaltantes de muita luta» com «muita discussão, reflexão, iniciativa e convívio» – por onde passaram «muitas delegações de partidos irmãos e partidos progressistas do Mundo» tendo todos eles recebido o «abraço solidário dos comunistas do Porto».

Mais do que uma evocação

Jaime Toga, da Comissão Política e responsável da Organização Regional do Porto do PCP, iniciou a sua intervenção afirmando aquela iniciativa como não sendo «um acto de mera evocação das memórias ou das reuniões» ali realizadas. Para aquele dirigente significou, para além da celebração das muitas memórias que constituem grande parte da história do PCP no Porto, um «momento em que reafirmamos os nossos compromissos alicerçados no ideal que nos move».

Numa breve alusão à longa resistência do Partido no distrito, Jaime Toga afirmou que embora o contexto actual seja «profundamente diferente de há trinta anos», este não é «menos exigente». Hoje, em pleno «agravamento da crise do capitalismo», as classes dominantes prosseguem o objectivo de impor, pela força se necessário, o retrocesso social com particular incidência no preço da força de trabalho».

Em Portugal, o PEC e as «medidas de austeridade» agravam a política de direita, o que faz com que Portugal vá ficando «mais pobre, mais injusto, mais dependente e menos soberano». Esta situação dramática é bem notória no distrito do Porto, onde «todos os concelhos registam taxas de desemprego com valores superiores» à taxa de desemprego nacional.

Para inverter esta situação, prosseguiu o membro da Comissão Política, é fundamental um Partido mais forte, um «colectivo que cresce e se reforça com a luta». É o caso da organização regional do Porto, que realizou 40 assembleias de organização e fez 145 recrutamentos no primeiro semestre.

A evocação dos 30 anos do CT da Boavista contou ainda com um momento musical e um Porto de Honra, onde a evocação das memórias continuou. Com a certeza de que o Centro de Trabalho da Boavista lá estará pelos anos que vierem como um dos muitos espaços onde os sonhos se fazem através da luta.



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