Contra o fecho de hospitais

Militares pela saúde

Confrontadas com o encerramento os hospitais militares da Marinha, da Força Aérea e o Hospital de Belém, as associações profissionais de militares promoveram, dia 9, uma «jornada nacional de reflexão».

O sistema ficará incapaz de responder às necessidades

Com o fecho, por despacho, destes três hospitais, apenas fica em funcionamento o Hospital Militar Principal da Estrela, para servir centenas de milhares de militares de todos os ramos, alertaram as Associações Profissionais de Militares (APM). A jornada foi cumprida na generalidade das unidades, à hora do almoço, tendo os militares recusado almoçar nas messes.

Num comunicado do mesmo dia, a Associação Nacional de Sargentos e a Associação de Praças anunciaram uma «elevada adesão» nos três ramos das Forças Armadas, por todo o território nacional, tendo-se registado também uma forte participação de oficiais. As direcções associativas destacaram a participação numa «unidade militar, na área da grande Lisboa», onde a totalidade dos oficiais, sargentos e praças aderiu a esta acção.

A Associação Nacional de Sargentos tinha apelado, num comunicado de dia 7, à participação nesta jornada, salientando que a reestruturação não pode significar destruição de serviços.

No dia 8, as APM tinham salientado a importância da assistência aos familiares dos militares, também comprometida, lembrando que ela é necessária para «garantir a tranquilidade dos militares durante o cumprimento de missões».

As associações lamentaram que esta «reorganização da área da saúde militar», de que decorre o fecho daquelas importantes unidades hospitalares, tenha ocorrido sem que tenham participado no processo «ou, sequer, obtido informações sobre o mesmo», como obriga a Lei Orgânica n.º 3/2001, de 29 de Agosto, que estabelece a sua participação e auscultação, sempre que estejam em causa matérias do foro sócio-profissional. Como agravante, o Governo criou, a 7 de Junho, um Conselho de Saúde Militar, sem a participação das APM, sequer, como observadoras.

As APM lembraram que aquando da reorganização da Assistência na Doença aos Militares «também não foram adequadamente ouvidas, e isso determinou o surgimento de erros com enorme expressão, alguns de consequências irreparáveis».

 

Esbanjamentos

 

No dia 8, a Comissão de Militares (COMIL) lembrou, num comunicado, que o hospital da Força Aérea teve avultados investimentos que, com o fecho, resultam num «esbanjamento» sem explicação lógica e aceitável.

A COMIL apelou à união de esforços «para impedir que estas decisões do poder político se efectivem, prevendo que destas medidas resulte uma degradação dos serviços e uma ainda maior desarticulação dos direitos constantes no Estatuto da Condição Militar.

As APM anunciaram que vão criar um Observatório para a Saúde Militar, «que represente os interesses dos utentes e dos profissionais do sector».

Também o Movimento Para a Defesa da Saúde Militar, composto por utentes destes serviços, alertou para as consequências imediatas daquela «reforma», designadamente, a incapacidade para responder às necessidades operacionais das Forças Armadas, a incapacidade para atendimento de utentes e o acréscimo dos encargos financeiros» para as Forças Armadas e os utentes.



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