UE e EUA protegem Israel

A Comissão Europeia (CE) ordenou às autoridades francesas que suspendam o sinal da estação Al Aqsa, vinculada ao Hamas. A televisão tem vindo a divulgar a perspectiva do povo palestiniano face ao ataque israelita contra a «Frota da Liberdade», facto que para o órgão da UE constitui um «incitamento ao ódio».

A decisão da CE não é virgem. Antes de Israel ter atacado o Líbano, também a Al Manar TV, ligada ao movimento Hezbollah, foi alvo das autoridades gaulesas, que acusavam a cadeia de «antisemitismo», o que, em tribunal, acabou por não ficar provado. A Al Manar TV acabou suspensa por «perturbação da ordem pública».

A decisão na democrática Europa ocorre precisamente quando, pela primeira vez em 20 anos, o conselho de governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) debateu o programa nuclear israelita. Em Viena, sede da organização, o assunto foi discutido apesar da tentativa de boicote da UE e dos EUA.

Perante a pressão dos embaixadores de várias nações, que lembraram, por exemplo, que Israel não subscreve o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), os israelitas limitaram-se a acusar os promotores da discussão de não reconhecerem o Estado de Israel. O embaixador da UE limitou-se a sublinhar, cinicamente, que na última conferência de revisão do TNP, realizada em Maio, em Nova Iorque, ficou o compromisso da criação de uma zona livre de armas nucleares no Médio Oriente.

A UE acrescentou que um encontro sobre a desnuclearização da região, previsto para 2012, torna a actual discussão na AIEA «pouco propícia», mas, com total impunidade, o representante israelita pôs imediatamente tudo bem claro descartando a participação do seu país no encontro prometido pelo eixo euro-atlântico.

Já os EUA, para além de subscreverem os argumentos europeus, disseram ainda que o debate da capacidade nuclear de Israel na AIEA é não apenas inoportuna mas «impertinente», isto é, consideraram uma ousadia o seu agendamento por parte de um grupo de 18 nações soberanas com assento naquele organismo das Nações Unidas.

 



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