No contexto de uma campanha de ilegalização na Moldávia

Comunistas acumulam força eleitoral e de massas

O Partido Comunista da Moldávia (PCM) venceu várias autarquias nas eleições locais realizadas, durante a segunda quinzena de Maio, em 15 municípios. Os comunistas e os seus aliados eleitorais - nalguns casos candidatos independentes - concorreram a 11 câmaras.

Em localidades como Copceac, Visniovka, Albeta, ou Kongaz, as listas do PCM recolheram entre 63 e 94 por cento do total dos votos válidos. Em Floresti, apesar da direita ter usado e abusado do aparelho estatal e dos cargos públicos para fazer campanha a favor do seu candidato, violando, inclusivamente, a proibição de fazer propaganda e acções eleitorais durante os dias de reflexão e de ida às urnas, o Partido Comunista saiu vitorioso do sufrágio, conquistando, com 60 por cento dos boletins, o governo daquela cidade.

 

Enfrentar a ilegalização

 

Os sucessos eleitorais do PCM ocorrem no contexto de uma violenta campanha anticomunista movida pela direita e protagonizada pelo presidente interino Mihai Guimpu.

Há cinco meses, foi criada uma comissão especial de investigação aos «crimes do regime totalitário comunista». As conclusões vertidas em mais de um milhar de páginas e apresentadas publicamente nos últimos dias indicam que o caminho a seguir é não apenas o da condenação do comunismo como ideologia e do socialismo como forma de organização da sociedade, mas o da ilegalização do Partido Comunista e dos seus símbolos, através da proibição da exibição pública e para fins políticos da foice e do martelo.

O grupo de trabalho recomendou igualmente que na capital, Chicinau, e em outras cidades sejam abertos, respectivamente, um memorial às «vítimas do regime comunista» e museus das «deportações massivas».

Mas Guimpu fez mais. Perante a exigência do Partido Comunista da Moldávia de convocação de eleições legislativas antecipadas, o presidente interino sublinhou que apenas atenderia ao pedido de marcação do sufrágio depois de conhecidas as conclusões da comissão anticomunista e após estas serem vertidas em lei.

Isto é, na prática o que pretende é impedir, através da ilegalização do Partido, que os comunistas triunfem no terreno eleitoral obrigando-os a apresentarem-se nas urnas com outro nome e símbolo.

 

Criminalização do comunismo

 

A campanha em curso não é uma acusação empolada pelos comunistas. O seu mote é a criminalização da construção do socialismo na URSS e os dados usados são as calúnias mil vezes repetidas.

«O parlamento tomará uma decisão baseando-se no texto da comissão de estudo do regime comunista», disse Guimpu citado pela insuspeita EFE. Segundo a agência de notícias, para o presidente interino e do parlamento do país não se pode dizer que o Partido Comunista nada tem a ver com a URSS, uma vez que «sob a sua foice e martelo foram assassinados milhões de pessoas em toda a União Soviética».

Guimpu confessou-se, no entanto, surpreendido pelo apoio social e eleitoral do PCM, uma vez que, considera, o legado do comunismo, são «as deportações e a fome», para, em seguida declarar, candidamente, que «não é contra a ideologia [comunista], desde que seja igual à [dos partidos] da Europa: socialista ou social-democrata».

O Partido Comunista convocou para o próximo dia 13 de Junho uma manifestação contra a orientação antipopular seguida pela aliança governamental reaccionária e a adesão da Moldávia à UE.

No passado sábado, milhares de moldavos já saíram à rua para manifestarem o seu repúdio às políticas seguidas. O Partido Comunista insiste que os protestos vão continuar independentemente das perseguições movidas pelo governo ao serviço do grande capital.



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