Mais de quatro meses depois do sismo que destruiu o país, milhares de haitianos ainda esperam pela prometida ajuda internacional destinada quer a suprir as necessidades mais básicas, quer a reconstruir as infraestruturas danificadas.

O fundo das Nações Unidas com esse objectivo já existe, mas os países doadores ainda debatem como e quando vão canalizar os prometidos fundos, os quais, no global, deveriam totalizar 10 mil milhões de dólares.

O devastador terremoto deixou sem casa mais de 1 milhão e 300 mil pessoas. Em Leoganne, por exemplo, localidade próxima da capital, Port-au-Prince, apenas 400 habitações foram já construídas. No mercado paralelo, as tendas de campanha doadas pela ONU são vendidas a bom preço. Centenas são açambarcadas pelos traficantes.

Neste contexto, não é de estranhar que na capital milhares tenham protestado contra a prorrogação do mandato de René Preval exigindo mesmo a sua resignação e a convocação de eleições gerais.