Unidade reforçada nos transportes

Reunidos, dia 30, em Lisboa, os sindicatos que convocaram a greve de 27 de Abril, nos transportes, fizeram um balanço da luta e traçaram linhas de acção já para este mês.

Num comunicado conjunto, os sindicatos saudaram todos os trabalhadores que contribuíram para o sucesso daquela acção e apelaram à «unidade na acção» e ao «alargamento da luta».

«Perante a dimensão deste protesto, o Governo tem de inverter as políticas para as empresas do sector», consideraram os sindicatos, que deram um prazo, até dia 22, para que se retomem as negociações em cada empresa.

Do encontro saiu o aviso de que os trabalhadores desenvolverão, na última semana deste mês, um conjunto de acções e de lutas diversificadas contra o congelamento dos salários, o bloqueio da contratação colectiva e a privatização de empresas do sector.

Em resposta ao apelo do Governo, para que os sindicatos reflectissem sobre o momento que vive o País, o encontro exigiu, do primeiro-ministro, «a reabertura dos processos negociais nas empresas deste sector, para que «se encontrem as soluções em cada uma das empresas», através da negociação.

 

Resultados positivos

 

Em resultado das greves de dia 27, o Governo «já aceita a negociação das cláusulas pecuniárias numa das empresas públicas do sector», salientou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, num comunicado de segunda-feira, onde recorda a Carris que, depois da greve da semana passada, negociou, com os sindicatos, cláusulas pecuniárias.

Uma reunião negocial está marcada para hoje, na REFER. Como na anterior reunião, a administração recusou negociar salários, argumentando estar impedida de o fazer pelo Governo, o SNTSF/CGTP-IN lembrou que «depois de outras empresas públicas terem negociado matérias pecuniárias, a administração não pode ter mais esta posição». O sindicato também lembrou como, em 2009, os gestores da REFER foram aumentados em 13 por cento, tendo o presidente auferido mais de dez mil euros do que no ano anterior, enquanto os trabalhadores tiveram aumentos de 2,9 por cento, e só depois de terem lutado.

O comunicado que apela à participação na Manifestação Nacional da CGTP-IN, de dia 29, também repudia as privatizações. O SNTSF anunciou o lançamento de uma petição, à Assembleia da República, contra a privatização da exploração das linhas férreas, e agendou uma «tribuna pública», para dia 26, sob o lema, «Pare, escute e olhe – Diga não às privatizações».

Na CP-Carga, um dia depois da greve, a administração apresentou um documento de resposta às propostas sindicais onde retirou as alterações que contemplavam horários de 12 horas diárias e 60 semanais, mas continua a discriminação entre trabalhadores na empresa e os que nela ingressarão futuramente, alertou o SNTSF.



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