Previsões
Segundo previsões do FMI, essa hidra ianque sempre insaciável a sugar os que caem sob a sua tutela económico-financeira, os desempregados em Portugal irão, este ano, «crescer» ao ritmo de sete mil por mês, estimando que até ao final do ano haja no nosso País 614 mil trabalhadores sem emprego.
Isto são as contas do FMI, sempre atentas a «novas oportunidades» para mais «tutelas». É claro que a realidade ainda é mais negra – os 614 mil desempregados já foram efectivamente atingidos, não estão é oficialmente referenciados. Mas no oposto desta posição encontra-se o Governo de José Sócrates, que insiste em «prever» crescimento económico e diminuição do desemprego.
O que o Governo de Sócrates de certeza não «prevê», e ainda menos o FMI, é a tributação das mais-valias dos grandes grupos económicos, que continuam a ostentar lucros escandalosos no meio da famosa «crise»... para quem trabalha e é explorado.
Escândalos
Os escândalos em Portugal, envolvendo altos responsáveis políticos da «classe dirigente» que se instalou na democracia portuguesa e é invariavelmente recrutada no PS, no PSD e nuns «afloramentos» do CDS/PP vão surgindo nas primeiras páginas dos jornais com uma regularidade que se aproxima, perigosamente, do ritmo diário.
Respigando as ditas primeiras páginas desta semana salta à vista a que, no Público, anuncia que «contrapartida pela compra dos submarinos foi avaliada em 210 milhões de euros a mais», acrescentando-se que «equipamento para estaleiros de Viana do Castelo valia seis vezes menos do que o negociado».
O jornal recorda, inclusivamente, que o presidente da «comissão de contrapartidas» para este cada vez mais nebuloso negócio dos submarinos, Pedro Catarino, admitiu recentemente na Assembleia da República ter existido «uma sobreavaliação» no caso deste equipamento», referindo-se ao tal equipamento fornecido aos estaleiros de Viana do Castelo, proveniente de um estaleiro que encerrara na Alemanha, e que fora avaliado na negociações em 250 milhões de euros mas, à chegada, valia apenas 40 milhões de euros.
Será este mais um dos escândalos que ficam esquecidos na poeira do tempo?
O tempo o dirá...
Empregos
Segundo um estudo do Banco de Portugal, nove em cada dez empregos novos oferecidos no mercado de trabalho são precários, o que dá a quase totalidade das ofertas de trabalho em condições completamente desvalorizadas e periclitantes. Além disso – e como a oferta é muita, devido ao desemprego generalizado – o patronato prefere os jovens e, sobretudo, os que têm mais formação... embora não se disponha nem a dar-lhes um mínimo de segurança, nem salários condignos, pois claro. Forçosamente, o estudo do Banco de Portugal conclui que «Portugal precisa de ter empregados e patrões mais qualificados para crescer».
Trata-se de um visão parcial, na linha do governador Vítor Constâncio: o que Portugal precisa, mesmo, é de «patrões mais qualificados» e, sobretudo, de um Governo que se ponha decididamente ao lado dos trabalhadores e do desenvolvimento do País.