Ferroviários contra privatizações

As comissões de trabalhadores da CP e da EMEF convidaram os sindicatos do sector ferroviário para uma reunião, a realizar hoje à tarde, com vista a discutir a resposta dos trabalhadores ao plano de privatizações anunciado pelo Governo. Este, no seu PEC, inclui a CP, a CP Carga e a EMEF.
O SNTSF/CGTP-IN declarou que «vai estar presente e disponível para assumir acções em defesa de um sector ferroviário público» e recordou que, «em torno desta questão, está já marcada greve para dia 27 de Abril, que deve ser uma primeira e importante resposta, devendo a reunião com as CT constituir o momento oportuno para discutir o tipo de greve a desenvolver».
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário é uma das 15 organizações que, com o RMT (sindicato dos transportes) do Reino Unido, decidiram realizar uma acção europeia, em Lille, no dia 13 de Abril.
Os sindicatos subscreveram um documento contra as privatizações e as políticas europeias no sector ferroviário, e apelaram às demais organizações sindicais do sector de transportes, para que se manifestem naquela data, frente à Agência Ferroviária Europeia, responsável pela aplicação, nos sistemas ferroviários nacionais, das regras que governam o mercado interno europeu, para que esta assuma «um compromisso claro de não sacrificar a segurança ferroviária e o emprego em favor da concorrência e do lucro».
No manifesto, intitulado «Segurança Ferroviária – Não à Privatização Ferroviária», recorda-se que, «desde a liberalização do transporte de carga ferroviário, em 2006, os sindicatos ferroviários manifestaram preocupações sérias sobre a segurança, no seguimento de vários acidentes evitáveis, que envolveram os operadores de carga privados, como foram os do Túnel do Canal da Mancha (21 de Agosto de 2006 e 11 de Setembro de 2008), Montauban (26 de Abril de 2008), Livernan (21 de Maio de 2009), Viareggio (29 de Junho de 2009).
Assinalando que «o secretariado britânico da autoridade de segurança do CIG afirmou que, à luz da legislação ferroviária europeia, é altura de saber se as regras de segurança actuais ainda são relevantes», registam que «a actual revisão da segurança parece querer suprimir a norma que estipula que os comboios que utilizam o canal possam ser divididos em dois e partir em direcções diferentes, em caso de emergência».
Os sindicatos rejeitam «qualquer enfraquecimento das regras de segurança operacionais que regem o tráfego ferroviário transfronteiriço» e expressam preocupação por recearem que «a abertura à concorrência, contida nos pacotes ferroviários da UE, leve as autoridades de segurança nacionais e internacionais a privilegiarem os interesses da concorrência em vez da segurança».
Fazem um apelo «a todos os sindicatos dos transportes e organizações que defendem o transporte público e o ambiente, para que se oponham à destruição sistemática das redes ferroviárias nacionais, do emprego e das regras de segurança, em consequência da implementação dos pacotes de liberalização ferroviária da União Europeia».
À cabeça das exigências sindicais surgem «o desenvolvimento sustentável de um sistema ferroviário integrado público, socialmente responsável e de grande qualidade», «formação profissional e saúde e segurança no trabalho»; e «a valorização dos trabalhadores ferroviários, aumentando os seus salários e melhorando as suas condições de trabalho».


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