Israel lançou ataques aéreos

Gaza sob fogo

A Força Aérea israelita voltou a bombardear a Faixa de Gaza. O PCP condenou os ataques e «chama a atenção para a gravidade das ameaças israelitas de uma nova ofensiva militar contra o povo palestiniano».

O PCP reclama do Governo português uma inequívoca condenação

Durante a madrugada de sexta-feira, 2 de Abril, vários caças F-16 da Força Aérea israelita bombardearam a Faixa de Gaza. Do ataque resultaram três crianças feridas, informaram os serviços médicos locais citados por órgãos de comunicação.
Os menores de 2, 4 e 11 anos foram atingidos por estilhaços de uma fábrica láctea destruída por Israel no bairro de Sabra, na cidade de Gaza. Na mira de Telavive, estiveram igualmente alegadas instalações dos serviços de segurança do Hamas, uma fundição e um campo de refugiados, situados nas cidades de Khan Yunes, Rafah e Nuseirat.
Israel justificou o ataque como retaliação ao recente lançamento de um foguete artesanal contra um colonato agrícola no Sul do país, e defende que alguns dos edifícios atingidos eram usados para o fabrico de armas. Mas, como sublinha o PCP em nota do Gabinete de Imprensa, que abaixo publicamos na íntegra, os ataques fazem parte de uma «evidente estratégia de Israel de lançamento de uma nova escalada de terrorismo de Estado contra o povo palestiniano».
Os bombardeamentos da semana passada contra a Faixa de Gaza são o mais grave ataque lançado por Israel desde a «Operação Chumbo Fundido», que em 2009 arrasou grande parte do território, e sucedem a um combate, ocorrido a 26 de Março deste ano, em Khan Yunes, no qual morreram dois soldados de Israel e outros tantos membros do corpo de segurança do Hamas.

Dia da Terra reprimido

Dias antes dos bombardeamentos contra Gaza, milhares de pessoas assinalaram, em todos os territórios palestinianos, o Dia da Terra. Na cidade de Sajnin, na Galileia, os participantes marcharam até ao túmulo dos seis palestinianos assassinados pela polícia, em 1976, quando protestavam pacificamente contra a ocupação de dois mil hectares dos seus territórios por um colonato sionista, matança que deu lugar ao Dia da Terra.
Em El-Araqib, povoado de beduínos no deserto do Negev, também se celebrou, pela primeira vez, o Dia da Terra, enquanto que em Burdus na Cisjordânia, uma concentração de algumas centenas de pessoas foi dispersada pela polícia com balas de borracha e granadas de gás lacrimogéneo, isto depois de os participantes terem plantado árvores junto ao muro de separação dos territórios palestiniano e israelita.
Os incidentes mais violentos das comemorações do Dia da Terra ocorreram, no entanto, em Gaza. Três manifestações foram reprimidas pelo exército israelita a partir das torres de controlo e de carros blindados. Pelo menos 11 palestinianos ficaram feridos.
Horas antes, também em Gaza, um jovem de 15 anos, Mohammed al-Farmawi, foi morto pelas forças ocupantes depois de se ter aproximado da vala de separação.

Nota do Gabinete de Imprensa
PCP condena bombardeamentos

«O PCP condena os recentes ataques da aviação israelita contra os territórios palestinianos da Faixa de Gaza e chama a atenção para a gravidade das ameaças israelitas de uma nova ofensiva militar contra o povo palestiniano.
«Tais crimes são inseparáveis de recentes e sucessivas provocações à legalidade internacional e ao povo palestiniano, como a decisão de alargar a ocupação e colonização de território palestiniano na Cisjordânia ou as recentes declarações de responsáveis israelitas relativamente a Jerusalém.
«Face à evidente estratégia de Israel de lançamento de uma nova escalada de terrorismo de Estado contra o povo palestiniano, e de permanente e premeditada sabotagem de quaisquer possíveis avanços para uma saída pacífica, justa e duradoura para o problema palestiniano, o PCP reclama do Governo português uma inequívoca condenação de mais este crime do governo e exército israelitas e reitera que a actuação de Israel, ilegal sob os mais diversos pontos de vista, não pode, à luz da Constituição da República Portuguesa, deixar de ter reflexos nas relações entre o Estado português e o Estado de Israel.
«O PCP reitera a sua solidariedade para com o povo palestiniano e a sua luta pelo inalienável direito ao estabelecimento do Estado da Palestina, independente e soberano, nas fronteiras anteriores à guerra de 1967 e com capital em Jerusalém Leste».


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