9.º Congresso da JCP

Rumo ao comunismo!

A JCP está empenhada na preparação do seu 9.º Congresso, que vai-se realizar nos dias 22 e 23 de Maio, em Lisboa, e que tem como lema «Com a luta da juventude, construir o futuro!». Este será mais um momento de aprofundamento da democracia interna, baseada no centralismo democrático, onde todos os militantes são chamados a construir a orientação política da JCP, organização revolucionária que acredita que transformar é possível e que a construção de outra sociedade está nas mãos da juventude e do povo português. Entretanto, até ao início dos trabalhos, todos os militantes, colectivos e organizações, estão envolvidos na análise da situação política e social da juventude, da sua luta e da definição das linhas de reforço da organização e intervenção da JCP. Em entrevista ao Avante!, Cristina Cardoso, Ricardo Guerra e Andreia Guimarães, reafirmaram a importância da responsabilização de camaradas pelas diversas tarefas relacionadas com a preparação do Congresso, e destacaram a importância do recrutamento (mil novos militantes) e da campanha de fundos. Por um mundo e um País sem classes nem explorados «Com a luta da juventude, construir o futuro!» A JCP, pelo seu ideal, prática e características de militância, camaradagem e amizade, confirma-se mais uma vez, neste seu 9.º Congresso, como a organização revolucionária da juventude portuguesa. Neste momento e até 22 de Maio são muitas as tarefas que os jovens comunistas têm pela frente, desde o balanço da organização até à proposta do órgão máximo da JCP. Depois de 23 de Maio, toda a organização sairá do Congresso mais ligada aos problemas e aos anseios da juventude e em melhores condições para derrotar a política de direita e lutar por um País e um mundo sem classes, sem explorados, de direitos, de paz e de solidariedade para todos. Desde o seu último Congresso, que se realizou em Gaia, a situação política e social da juventude portuguesa agravou-se, com o PS a prosseguir e agravar a sua política de direita, com o ataque à escola pública, gratuita, democrática e de qualidade para todos; o aumento do desemprego e a retirada de direitos dos trabalhadores; a elitização do acesso à cultura, ao desporto e à habitação, entre outros. Estes últimos quatro anos ficaram ainda marcados por inúmeras acções de luta e por uma «intensa actividade da JCP, tanto no plano da organização do ensino secundário, do ensino superior, do ensino profissional e junto dos jovens trabalhadores». «Houve, de facto, muita intervenção dos comunistas e dos jovens comunistas nas suas escolas e locais de trabalho, contribuindo para que estes últimos anos fossem pautados por intensas lutas da juventude pelos seus direitos», afirmou Cristina Cardoso, da Direcção Nacional da JCP, dando como exemplo, entre muitas outras, as acções de 26 de Março, Dia Nacional da Juventude, e de 24 de Março, Dia Nacional do Estudante, que levaram à rua milhares de jovens trabalhadores e de estudantes, contra a precariedade, por emprego com direitos, por salários e horários de trabalho dignos (jovens trabalhadores), pela revogação do Estatuto do Aluno e do Regime de Gestão e Autonomia das Escolas, pela implementação efectiva da Educação Sexual (ensinos básico e secundário), por mais Acção Social Escolar, pelo fim das propinas e do Processo de Bolonha (ensino superior). «Os jovens comunistas tiveram um papel fundamental na mobilização e na consciencialização destas acções. Estas lutas realizaram-se desde que a JCP convocou o seu Congresso, que tem como lema: "Com a luta da juventude, construir o futuro!"», frisou a jovem dirigente, acrescentando: «Quando a Direcção Nacional da JCP convocou o Congresso, em Outubro, um dos principais objectivos foi o de reforçar o papel dos jovens comunistas nas escolas e nos locais de trabalho. No fundamental é cumprir aquele que é o nosso papel de organização revolucionária da juventude.» Responsabilização de mais camaradas Outro dos objectivos traçados foi o da responsabilização de mais camaradas nas diversas tarefas relacionadas com a preparação do 9.º Congresso, destacando-se a campanha de recrutamento (mil novos militantes) e de fundos (60 mil euros), que servirão para «fazer documentos, boletins de escola, reuniões, convívios», entre muitas outras acções. Iniciativas que devem ser assumidas como prioritárias para o sucesso do Congresso. «No plano da organização, estamos muito confiantes que vamos conseguir estes novos mil novos recrutamentos. Temos tido um grande reforço da JCP desde Outubro para cá», informou Cristina Cardoso. Um desses novos recrutamentos foi o da Andreia Guimarães, da Escola Filipa Vilhena, do Porto. «Já me identificava com os ideais do comunismo, no entanto, com o aumento da ofensiva contra os estudantes, achei que estava na altura de começar a mobilizar os alunos da minha escola pelos direitos que nos estão a retirar», salientou, referindo-se ao Estatuto do Aluno que «veio piorar a vida dos estudantes, que já nem sequer podem estar doentes». Na escola de Andreia Guimarães, que está a ser remodelada pela empresa Parque Escolar, algo que os jovens comunistas não concordam, existem ainda outros problemas, que estão ligados à falta de funcionários e à cantina, «que é privatizada». «No nosso colectivo, formado há cerca de um mês, composto por três militantes, denunciamos tanto os problemas específicos como os gerais. Os nossos colegas percebem, têm noção que existem problemas, mas muitos deles acabam por ter medo de represálias, da escola e do Ministério», afirmou, salientando a necessidade de haver «uma cara» e não «ideias abstractas num papel», «alguém que está lá e que explica ou coloca em palavras mais simples aquilo que os jovens comunistas defendem». Outra grande linha de trabalho para divulgar o 9.º Congresso é a pintura de 100 murais até Maio. Para hoje, por exemplo, está prevista a pintura de um mural em Guimarães, entre as 17 e as 19 horas. Muitos outros vão ser feitos um pouco por todo o País, uma forma de intervenção política e de afirmação da JCP. JCP reconhecida pelo seu trabalho As actividades da JCP não encerram com a realização do seu 9.º Congresso. Para além das comemorações do 25 de Abril e do 1.º de Maio, das lutas que se vão desenvolver no ensino superior, secundário e dos trabalhadores, os jovens comunistas estão já a trabalhar na realização de mais uma edição da Festa do Avante!. «No Verão sairemos à rua para afirmar e divulgar a grande festa da juventude», salientou Cristina Cardoso, explicando que o festival de bandas que a JCP promove é, de igual forma, «um grande contributo de afirmação dos novos valores» nacionais. «São milhares de jovens, centenas de bandas, que já reconhecem o trabalho da JCP», disse ainda. Querem cortar as asas à juventude! Um dos problemas que preocupa os jovens comunistas portugueses é a ofensiva ideológica que está em curso, seja nos órgãos de comunicação social, nas escolas - com os manuais direccionados para uma determinada «verdade» histórica -, ou no dia-a-dia. «É grande a ofensiva por parte do sistema dominante, que tem muitos meios para a direccionar, e, de facto, a juventude é um dos seus alvos preferidos», afirmou Cristina Cardoso, acentuando que «a forma de combater esta situação, de resolver os problemas, é lutar pelos nossos direitos». «Querem cortar as asas à juventude para que deixemos de reivindicar aquilo a que temos direito. Temos, na JCP, sentido isso nas últimas lutas, com os estudantes a serem identificados por estarem numa manifestação, com os impedimentos por parte dos directores de realização de eleições para as associações de estudantes, da substituição das associações pelo parlamento jovem, fomentado por parte do Governo, dos ataques à sindicalização, entre outros», lamentou a jovem comunista. Também a precariedade faz parte da ofensiva de direita, seguida por este Governo do PS. «Um jovem que não sabe o que vai ser o futuro muito dificilmente terá condições de faltar ao seu emprego para ir a uma manifestação ou para fazer greve, porque depois, passados alguns meses, vai para a rua», criticou Cristina Cardoso, explicando que a JCP «faz um trabalho muito grande para combater esta ofensiva». «Nós discutimos colectivamente como é que intervimos para reforçar a luta. É isso que caracteriza a JCP, o seu funcionamento democrático, a aplicação criativa do centralismo democrático. É com a intervenção de cada jovem comunista que iremos conseguir combater esta ofensiva ideológica», disse ainda. Dai a necessidade de editar mais boletins de colectivos e de outras formas de esclarecimento. «É preciso falar e convidar os jovens para virem às reuniões da JCP, para participarem activamente nos piquetes de greve, à porta da escola, realizando boletins, denunciando problemas concretos, afirmando, desta forma, a JCP e o Congresso», salientou Cristina Cardoso. «Também temos o AGIT, órgão central da JCP, que está cada vez melhor e que chega cada vez mais longe», acrescentou Ricardo Guerra, da organização de Lisboa. Sobre o Congresso, mais propriamente, informou que vão realizar-se «vários momentos culturais» e, no dia 22, à noite, «uma grande iniciativa no Largo do Camões». Defender os direitos dos jovens A JCP assume mais uma vez o seu compromisso de defesa dos direitos dos jovens e afirma que só com a luta é possível alterar o rumo que o País tem levado. Por isso defende: ● O combate Desemprego e da Precariedade; ● A contratação colectiva; ● O fim do PEC e das privatizações; ● Mais direitos sociais e laborais; ● O fim da destruição do aparelho produtivo nacional; ● Horários de trabalho dignos; ● Mais e maior estabilidade no emprego; ● O aumento real de salários. JCP dá espaço aos jovens criadores Três concursos para «construir o futuro» A JCP está a promover três concursos no quadro do seu 9.º Congresso. Iniciativas que pretendem, sobretudo, possibilitar e dar espaço aos jovens criadores de mostrarem o seu trabalho a um nível mais amplo. O concurso literário – nas áreas de prosa (conto, texto dramático, ensaio, novela ou romance) e poesia – e o concurso musical têm como lema o lema do Congresso: «Com a luta da juventude, construir o futuro», e os prazos de candidatura são de 31 de Maio a 31 de Junho. «Estes concursos são um dos elementos de preparação e de afirmação do Congresso. Com estas iniciativas pretendemos levar o Congresso para fora, para junto da juventude portuguesa, inseridos naquilo que é a luta diária da JCP, também no plano da cultura», disse Cristina Cardoso, revelando que o «feed-back dos jovens com a JCP tem sido muito positivo, mas é possível chegar ainda mais longe». O concurso de artes visuais, com duas modalidades: vídeo e design gráfico, decorre sob o tema da paz, e as candidaturas deverão ser entregues até 15 de Maio. «A JCP tem uma linha de trabalho no plano da afirmação dos valores da paz e, como não podia deixar de ser, contra a cimeira da NATO», sublinhou a jovem comunista. Os vencedores dos concursos serão apresentados, em Setembro, na Festa do Avante!. No concurso literário, por exemplo, vão ser editados num livro as cinco melhores obras. O vencedor do concurso de música irá tocar na Quinta da Atalaia; o das artes visuais terá, ali, o seu trabalho exposto. «Esta é uma forma de afirmação da juventude portuguesa», frisou Cristina Cardoso. Os regulamentos dos concursos podem ser encontrados em JCP.


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