Presos políticos em Espanha

Relator reitera denúncias

O relator especial da ONU para a tortura apresentou ao Conselho e Direitos Humanos da organização um relatório sobre violações de direitos em Espanha, insistindo na denúncia do regime de incomunicabilidade e na política de dispersão dos presos.
Após ter concluído uma ronda de visitas aos estados para verificar a aplicação das recomendações feitas anteriormente, o austríaco Manfred Nowak volta a apontar o dedo a certas práticas das autoridades espanholas que, afirma, «ferem as garantias próprias de um estado de direito contra os maus-tratos e actos de tortura».
Neste sentido manifestou a sua «preocupação pela limitação de certas garantias» durante o período de incomunicabilidade a que estão sujeitos numerosos presos políticos, designadamente independentistas bascos.
No seu relatório, divulgado dia 10, Nowak refere denúncias de tortura nos interrogatórios e mesmo durante o transporte de detidos para Madrid, sublinhando igualmente que a dispersão dos presos «apresenta um risco e uma sobrecarga económica para a família e em alguns casos constitui um obstáculo para a preparação da defesa».
Por outro lado, este especialista da ONU «toma nota com satisfação do projecto de lei que consagra um mecanismo nacional de prevenção contra a tortura», que está a ser examinado pelo Congresso de Deputados, mas sugere que estas funções sejam desempenhadas por «uma comissão verdadeiramente independente» e não como está previsto, pelo provedor do povo.
As autoridades espanholas já reagiram ao relatório, sustentando que o regime de incomunicabilidade tem «garantias legais e jurídicas máximas» e que «só é usado em casos específicos como os de terrorismo e crime organizado», devendo assim manter-se. Quanto à dispersão geográfica de presos, Madrid alega que não fere nenhum direito dos detidos.


Mais artigos de: Europa

A revolta de milhões

Pela quarta vez no espaço de um mês, os trabalhadores gregos participaram em massa na greve geral de dia 11, convocada pela PAME, que de novo arrastou para a luta as duas centrais reformistas GSEE e ADEDY.

Igualdade e progresso

O Parlamento Europeu iniciou, na segunda-feira, 15, o debate de um projecto de relatório sobre a igualdade de género, elaborado pela deputada do PCP, Ilda Figueiredo.

Sarkozy derrotado

O partido do presidente francês, Nicolas Sarkozy ficou atrás do Partido Socialista na primeira volta das eleições regionais realizadas no domingo em França.A forte descida do partido presidencial UMP (União para um Movimento Popular) e uma abstenção recorde de 53,6 por cento (mais de 20 milhões de abstencionistas) são...

«Eficácia» e suicídios

Um relatório do organismo francês da inspecção do trabalho acusa antigos dirigentes da France Telecom de serem responsáveis pela onda de suicídios entre trabalhadores na empresa de telecomunicações.O documento, revelado no sábado na imprensa, indica que os últimos suicídios na France Telecom «não são casos particulares»...

Patrões pedem cortes

A organização patronal BusinessEurope, que representa 20 milhões de empresas europeias, instou, na segunda-feira, 15, os Vinte e Sete travar a derrapagem das respectivas dívidas públicas e a favorecer o crescimento.«A forte subida da dívida pública e os défices orçamentais estruturais representam hoje um obstáculo maior...

PE investiga Gripe A

Depois de o escândalo sobre a manipulação da «Gripe A» pela indústria farmacêutica ter sido levado, em Janeiro, ao Conselho da Europa, um conjunto de deputados do Parlamento Europeu, incluindo representantes de todos os grupos políticos, exigiu, dia 9, a constituição de uma comissão de inquérito sobre o assunto.Os...

Igualdade é um direito

Nesta semana iniciou-se o debate na Comissão dos Direitos das Mulheres e Igualdade de Género do Parlamento Europeu do relatório da deputada do PCP, Ilda Figueiredo, sobre a avaliação do Roteiro para a igualdade entre mulheres e homens 2006-2010 e recomendações para o futuro. Este importante relatório é apresentado poucos...