O grande partido da esquerda democrática
«A melhor defesa é o ataque», devem ter pensado os estrategas do PS que, acossados pela divulgação das investigações a propósito do chamado caso Face Oculta, decidiram passar à ofensiva. Nada melhor do que tocar a reunir as hostes e apelar ao envolvimento dos militantes – «das bases», como se diz no PS.
Foi neste contexto que o país ficou a saber que o Secretariado Nacional do PS não reunia há quatro meses. Quatro. O que significa pelo menos desde Novembro. Segundo a comunicação social, o Conselho Nacional ia pelo mesmo ritmo de reuniões.
Sobra a pergunta: se estes organismos não reunem, quem decide? A resposta parece óbvia: será o secretário-geral-barra-primeiro-ministro José Sócrates, acompanhado de quem concorde com ele, devidamente inspirados pelos interesses dos grandes grupos económicos.
Já se sabia que no PS – e poderíamos dizer o mesmo dos outros partidos – os congressos são bonitos espectáculos televisivos e que o auge da participação a que um militante pode aspirar é escolher a moção do chefe. Que era assim tanto é que confirmámos agora.
Não se quer com esta reflexão alimentar a esperança de que as políticas seriam outras se os senhores discutissem colectivamente. O mais certo é que fossem exactamente as mesmas: de direita e submissas ao grande capital. O que se pretende suscitar é que este funcionamento vem do partido que, pelo menos há umas semanas atrás, tinha como lema e decoração da sua sede nacional gigantescas lonas que gritavam «PS - o grande partido da esquerda democrática». Não bate a bota com a perdigota, pois não?
Da próxima vez que voltarem as atoardas anticomunistas sobre o PCP – um partido dogmático, fechado, sem democracia interna, e o blá blá blá do costume -, valerá a pena recordar este funcionamento do PS. Não para nos compararmos, porque se há coisa que os militantes comunistas prezam, cuidam e devem defender é a vida democrática e colectiva do nosso Partido. Mas para com mais serenidade e segurança denunciarmos o anti-comunismo e o preconceito.
Foi neste contexto que o país ficou a saber que o Secretariado Nacional do PS não reunia há quatro meses. Quatro. O que significa pelo menos desde Novembro. Segundo a comunicação social, o Conselho Nacional ia pelo mesmo ritmo de reuniões.
Sobra a pergunta: se estes organismos não reunem, quem decide? A resposta parece óbvia: será o secretário-geral-barra-primeiro-ministro José Sócrates, acompanhado de quem concorde com ele, devidamente inspirados pelos interesses dos grandes grupos económicos.
Já se sabia que no PS – e poderíamos dizer o mesmo dos outros partidos – os congressos são bonitos espectáculos televisivos e que o auge da participação a que um militante pode aspirar é escolher a moção do chefe. Que era assim tanto é que confirmámos agora.
Não se quer com esta reflexão alimentar a esperança de que as políticas seriam outras se os senhores discutissem colectivamente. O mais certo é que fossem exactamente as mesmas: de direita e submissas ao grande capital. O que se pretende suscitar é que este funcionamento vem do partido que, pelo menos há umas semanas atrás, tinha como lema e decoração da sua sede nacional gigantescas lonas que gritavam «PS - o grande partido da esquerda democrática». Não bate a bota com a perdigota, pois não?
Da próxima vez que voltarem as atoardas anticomunistas sobre o PCP – um partido dogmático, fechado, sem democracia interna, e o blá blá blá do costume -, valerá a pena recordar este funcionamento do PS. Não para nos compararmos, porque se há coisa que os militantes comunistas prezam, cuidam e devem defender é a vida democrática e colectiva do nosso Partido. Mas para com mais serenidade e segurança denunciarmos o anti-comunismo e o preconceito.