Enfermeiros em greve de 27 a 29

Contra cortes salariais

Confrontados com uma proposta «humilhante» de redução dos salários e fortemente prejudicados com a precariedade e cargas horárias excessivas, os enfermeiros cumprirão uma greve de três dias.

Os enfermeiros consideram a proposta humilhante

Na reunião de dia 8 com Ministério da Saúde, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) viu-se confrontado com uma «humilhante» proposta de actualização das grelhas salariais, onde consta uma remuneração-base de 995,52 euros, no início e durante os primeiros quatro anos de carreira, quando, actualmente, auferem 1.020,06 euros.
Mandatados pelos trabalhadores, os quatro sindicatos do sector (SEP, SE, SIPE e SERAM) agendaram uma greve nacional de toda a classe, de 27 até ao fim do dia 29, e um conjunto de outras acções de protesto.
O momento alto da luta será, dia 29, pelas 14.30 horas, em Lisboa, uma manifestação nacional de toda a classe.
Na concentração de hoje, pelas 16.30 horas, diante do Ministério da Saúde, em Lisboa, os enfermeiros farão uma simbólica «entrega de fardas», de moções e de «cartas de indignação».
Recordando a luta destes profissionais por uma justa equiparação salarial aos licenciado das carreiras gerais da Administração Pública (cujos salários-base são de 1.201,48 euros, no início da carreira) uma delegação sindical entregou, anteontem, no Ministério da Saúde, um abaixo-assinado com centenas de «cartas de indignação», subscritas individualmente por enfermeiros das regiões de Lisboa e de Setúbal.
Até ontem, data para a qual estava prevista uma reunião do Governo com a Comissão Negociadora Sindical de Enfermeiros, os sindicatos apelaram à aprovação de «moções de revolta» nos plenários.

Indignação generalizada

No Algarve, os enfermeiros reuniram, dia 14, no Hospital de Portimão, e no dia seguinte, no de Faro. No fim deste último, dirigiram-se ao Governo Civil, entregaram fardas e deixaram um parecer e uma moção, aprovados em ambos os plenários, onde consideram «injuriosa» aquela proposta salarial. No dia 13, a mesma delegação sindical acusou o Ministério da Saúde e o Governo de «pretenderem desclassificar e humilhar a profissão de enfermagem».
No Porto, a delegação da coordenadora regional do SEP anunciou greves, concentrações e buzinões de protesto, para os dias da greve.
Em Braga, foi cumprida, anteontem, uma concentração de protesto e de luta, junto ao Hospital de São Marcos, de onde partiram em marcha até ao Governo Civil, onde entregaram de uma «carta de indignação».

Contra todas as injustiças

O SEP exige o fim do excesso de horas de trabalho e considera intoleráveis os horários, já praticados, acima das 60 horas semanais. Esta situação decorre da falta de cerca de 20 mil enfermeiros nos serviços. O combate pelo fim da precariedade, que afecta cinco mil destes profissionais; a supressão das regras de «adaptabilidade» e do recurso a jovens enfermeiros como estagiários, em instituições particulares de solidariedade social, nas misericórdias e em hospitais privados, com salários que rondam os 500 euros, são matérias igualmente repudiadas pelo sindicato.


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