Vitória sobre o domínio imperialista
O triunfo eleitoral de Evo Morales e do Movimento para o Socialismo (MAS) nas eleições bolivianas representa a vitória das forças progressistas e soberanas sobre a dominação imperialista que condenava o país ao subdesenvolvimento e o povo à exclusão, injustiça e miséria.
«Reforçou-se o apoio ao projecto de refundação nacional»
No sufrágio do passado dia 6, Evo Morales e o MAS quebraram o recorde de votação em todas as anteriores consultas e referendos, alcançando, respectivamente, 63 por cento para a presidência da República - garantindo, assim, a recondução de Morales no cargo -, e uma maioria de mais de dois terços, 110 deputados num total de 166, no parlamento do país. Acresce o facto de terem derrotado a oposição conservadora e golpista, os sectores da direita mais reaccionária, em sete das nove províncias do território.
Os números não são novos e foram, aliás, publicados anteriormente pelo Avante!. Mas a vitória das forças que defendem os interesses populares, a soberania e a democracia na Bolívia representa mais que uma esmagadora tradução em votos do apoio popular a Evo Morales e ao MAS. Significa, sobretudo, o reforço da base social e política do projecto de refundação nacional levado a cabo nos últimos anos, e a expressão, em sufrágio universal, da defesa das propostas que o presidente e as forças progressistas, democráticas e revolucionárias que o sustentam procuram concretizar.
Propostas que ficaram claras no período da campanha eleitoral e que Evo Morales veio reiterar depois da ida às urnas – consolidação do Estado plurinacional e da participação do povo nas decisões estratégicas; reforma dos sistemas jurídico, de educação, de saúde e de previdência; combate à pobreza, à exclusão social, à corrupção e ao crescimento das grandes fortunas acumuladas pela oligarquia que controla alguns poderes locais e actividades produtivas; impulso decisivo à economia com o sector público e a exploração das riquezas naturais - gás, petróleo e minério - a serem os motores do desenvolvimento dos demais sectores e da industrialização do país, orientação vital para que a Bolívia deixe de ser, fundamentalmente, um exportador de matérias-primas.
Caminho percorrido
O triunfo eleitoral apresenta-se, simultaneamente, no quadro do reconhecimento por parte do povo do trabalho realizado pelo governo. A nacionalização dos hidrocarbonetos, os avanços na democratização do acesso à terra, o combate ao analfabetismo e a aposta na formação de quatros técnicos e superiores, medidas de âmbito social como o apoio às crianças e os idosos foram concretizadas.
Da mesma forma, a acção do executivo permitiu tirar a Bolívia do triste lugar de nação mais pobre da América Latina. O PIB mais que duplicou em quatro anos e o rendimento <per capita aumentou 60 por cento. No país assinala-se das maiores taxas de crescimento do subcontinente, 2,8 por cento em 2006, 4,6 por cento em 2007, 6,1 por cento em 2008, e, previsivelmente, mais de 4 por cento em 2009.
Tudo isto foi amplamente ratificado pelo povo. E ainda que os EUA ameacem - como fez a semana passada a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, considerando que a aproximação da Bolívia (e da Venezuela) ao Irão regista o estabelecimento de laços com «um dos maiores promotores do terrorismo» -, a verdade é que os bolivianos, a imensa maioria dos bolivianos, estão, livre e conscientemente ao lado das orientações anti-imperialistas e antimonopolistas.
Mensagem de Jerónimo de Sousa
Confirmada a vitória de Evo Morles e do MAS nas eleições, o secretário-geral do PCP enviou ao presidente da Bolívia uma mensagem que abaixo reproduzimos na íntegra.
«Caro Companheiro,
«Ao tomar conhecimento da notícia da sua reeleição como Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia e da vitória do Movimento Al Socialismo nas eleições realizadas no vosso país, transmito-lhe em meu nome pessoal e do Partido Comunista Português as nossas calorosas felicitações.
«A confirmação do forte apoio popular às forças do progresso na Bolívia constituem um estímulo para aqueles que, como o PCP, prosseguem em variados pontos do mundo a luta pela democracia, os direitos dos povos, a justiça social, o progresso e o Socialismo.
«A sua recondução nas mais altas responsabilidades do Estado plurinacional da Bolívia, assim como os resultados obtidos pelo MAS nestas eleições, são, além de um expressivo apoio ao processo progressista na Bolívia – de que a aprovação da nova Constituição será um importante elemento -, uma importante resposta do povo boliviano às crescentes ingerências, ameaças e acções hostis do imperialismo contra os processos progressistas e revolucionários de afirmação soberana dos povos da América Latina.
«Receba, caro companheiro, as minhas fraternais saudações».
Os números não são novos e foram, aliás, publicados anteriormente pelo Avante!. Mas a vitória das forças que defendem os interesses populares, a soberania e a democracia na Bolívia representa mais que uma esmagadora tradução em votos do apoio popular a Evo Morales e ao MAS. Significa, sobretudo, o reforço da base social e política do projecto de refundação nacional levado a cabo nos últimos anos, e a expressão, em sufrágio universal, da defesa das propostas que o presidente e as forças progressistas, democráticas e revolucionárias que o sustentam procuram concretizar.
Propostas que ficaram claras no período da campanha eleitoral e que Evo Morales veio reiterar depois da ida às urnas – consolidação do Estado plurinacional e da participação do povo nas decisões estratégicas; reforma dos sistemas jurídico, de educação, de saúde e de previdência; combate à pobreza, à exclusão social, à corrupção e ao crescimento das grandes fortunas acumuladas pela oligarquia que controla alguns poderes locais e actividades produtivas; impulso decisivo à economia com o sector público e a exploração das riquezas naturais - gás, petróleo e minério - a serem os motores do desenvolvimento dos demais sectores e da industrialização do país, orientação vital para que a Bolívia deixe de ser, fundamentalmente, um exportador de matérias-primas.
Caminho percorrido
O triunfo eleitoral apresenta-se, simultaneamente, no quadro do reconhecimento por parte do povo do trabalho realizado pelo governo. A nacionalização dos hidrocarbonetos, os avanços na democratização do acesso à terra, o combate ao analfabetismo e a aposta na formação de quatros técnicos e superiores, medidas de âmbito social como o apoio às crianças e os idosos foram concretizadas.
Da mesma forma, a acção do executivo permitiu tirar a Bolívia do triste lugar de nação mais pobre da América Latina. O PIB mais que duplicou em quatro anos e o rendimento <per capita aumentou 60 por cento. No país assinala-se das maiores taxas de crescimento do subcontinente, 2,8 por cento em 2006, 4,6 por cento em 2007, 6,1 por cento em 2008, e, previsivelmente, mais de 4 por cento em 2009.
Tudo isto foi amplamente ratificado pelo povo. E ainda que os EUA ameacem - como fez a semana passada a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, considerando que a aproximação da Bolívia (e da Venezuela) ao Irão regista o estabelecimento de laços com «um dos maiores promotores do terrorismo» -, a verdade é que os bolivianos, a imensa maioria dos bolivianos, estão, livre e conscientemente ao lado das orientações anti-imperialistas e antimonopolistas.
Mensagem de Jerónimo de Sousa
Confirmada a vitória de Evo Morles e do MAS nas eleições, o secretário-geral do PCP enviou ao presidente da Bolívia uma mensagem que abaixo reproduzimos na íntegra.
«Caro Companheiro,
«Ao tomar conhecimento da notícia da sua reeleição como Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia e da vitória do Movimento Al Socialismo nas eleições realizadas no vosso país, transmito-lhe em meu nome pessoal e do Partido Comunista Português as nossas calorosas felicitações.
«A confirmação do forte apoio popular às forças do progresso na Bolívia constituem um estímulo para aqueles que, como o PCP, prosseguem em variados pontos do mundo a luta pela democracia, os direitos dos povos, a justiça social, o progresso e o Socialismo.
«A sua recondução nas mais altas responsabilidades do Estado plurinacional da Bolívia, assim como os resultados obtidos pelo MAS nestas eleições, são, além de um expressivo apoio ao processo progressista na Bolívia – de que a aprovação da nova Constituição será um importante elemento -, uma importante resposta do povo boliviano às crescentes ingerências, ameaças e acções hostis do imperialismo contra os processos progressistas e revolucionários de afirmação soberana dos povos da América Latina.
«Receba, caro companheiro, as minhas fraternais saudações».