Desafios dos comunistas
A capital da Índia, Nova Deli, acolheu o 11.º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários. Durante três dias, 57 Partidos Comunistas e Operários de todo o mundo discutiram a crise do capitalismo, a luta dos trabalhadores e dos povos e o papel dos partidos comunistas.
É fundamental não perder o sentido fundamental da História
Este Encontro foi mais uma importante contribuição para a afirmação do Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários como a maior e mais relevante reunião anual do Movimento Comunista e Revolucionário Internacional e como um valioso contributo para o reforço da cooperação e solidariedade dos comunistas no plano internacional.
Este processo escreveu em Nova Deli mais uma importante página da sua História ao realizar-se pela primeira vez no continente asiático e ao decidir que o próximo Encontro, o 12.º, se realizará em 2010, também pela primeira vez no continente africano, na África do Sul, tendo o Partido Comunista Sul-Africano como anfitrião.
Organizado e recebido conjuntamente pelos dois Partidos Comunistas Indianos – o Partido Comunista da Índia (Marxista) e o Partido Comunista da Índia – o Encontro abordou de forma muito viva os complexos desafios que estão colocados à luta dos trabalhadores e dos povos, a cada um dos Partidos Comunistas e ao movimento comunista e revolucionário internacional. Se no Encontro de São Paulo em 2008 se avançou na identificação do carácter estrutural da crise do sistema capitalista e na afirmação da real alternativa – o Socialismo –, o Encontro de Nova Deli espelhou uma já mais desenvolvida convergência de análises relativamente aos perigos resultantes da «fuga para a frente» do sistema face à sua crise, às direcções de luta a desenvolver e à necessidade de dar maior visibilidade e conteúdo concreto à questão da luta pela alternativa.
O empobrecimento generalizado de imensas massas trabalhadoras e populares; o aprofundamento do fosso social; o flagelo do desemprego a nível mundial, que segundo dados oficiais atinge já cerca de 250 milhões de trabalhadores; o aprofundamento das vertentes militarista, belicista e repressiva do sistema; novos métodos de condicionamento ao direito dos povos dos países menos desenvolvidos ao desenvolvimento; a ofensiva ideológica e de perseguição política contra as forças que de forma mais consequente afirmam a alternativa ao sistema, foram temas centrais do debate, demonstrando o quão complexa, instável, perigosa e rápida é a evolução da situação internacional no contexto da crise.
Aprofundar análise
Os comunistas estão – e isso foi muito patente na discussão de Nova Deli – perante desafios imensos. Por um lado o de saber articular dialecticamente a necessária intensificação da sua ofensiva na luta das ideias e a afirmação da alternativa do socialismo com a luta diária pela resolução dos problemas mais prementes dos trabalhadores e dos povos, pela defesa da soberania nacional, pela paz e pelo direito dos povos ao desenvolvimento. Por outro o de dar combate ao desenvolvimento de fenómenos quer de resignação e adaptação de natureza reformista, quer de voluntarismo e «saltos em frente» desligados das condições e forças realmente existentes.
São desafios que exigem dos Partidos Comunistas o seu fortalecimento orgânico, político e ideológico; o seu efectivo enraizamento nas massas e identificação com os seus interesses e aspirações; a sua forte combatividade e assertividade no plano da luta das ideias; uma muito acurada análise e conhecimento da realidade concreta e uma constante e rigorosa avaliação dos objectivos, etapas, níveis, ritmos e métodos de luta – quer no plano nacional quer internacional.
Simultaneamente estão colocados importantes desafios no plano do aprofundamento da cooperação e solidariedade internacionalista, seja no âmbito do Movimento Comunista e Revolucionário Internacional, seja no âmbito da necessidade do reforço e consistência da frente anti-imperialista, níveis e universos de actuação diferenciados mas profundamente interligados entre si. São várias as propostas, reflexões e discussões em torno deste tema e que reflectem sobretudo a consciência da necessidade de unir os povos na luta contra o capitalismo, e isso é já por si positivo.
Mas, numa situação marcada por uma acelerada intensificação do embate ideológico e por ainda muita desorientação em diversos sectores, é fundamental não perder o sentido fundamental da História. E esse ensina-nos que a luta de classes é o motor do processo de transformação social, que as revoluções se fazem com o povo e para o povo e que não são traçadas a régua e esquadro, que não existem modelos, que a unidade se constrói na luta e aí é testada e – finalmente – que a luta de emancipação dos trabalhadores e dos povos não começou agora, tem um passado heróico que importa respeitar e ter presente – nos seus aspectos positivos e também negativos – e com o qual há muito para aprender. Sempre com os olhos postos no futuro.
Este processo escreveu em Nova Deli mais uma importante página da sua História ao realizar-se pela primeira vez no continente asiático e ao decidir que o próximo Encontro, o 12.º, se realizará em 2010, também pela primeira vez no continente africano, na África do Sul, tendo o Partido Comunista Sul-Africano como anfitrião.
Organizado e recebido conjuntamente pelos dois Partidos Comunistas Indianos – o Partido Comunista da Índia (Marxista) e o Partido Comunista da Índia – o Encontro abordou de forma muito viva os complexos desafios que estão colocados à luta dos trabalhadores e dos povos, a cada um dos Partidos Comunistas e ao movimento comunista e revolucionário internacional. Se no Encontro de São Paulo em 2008 se avançou na identificação do carácter estrutural da crise do sistema capitalista e na afirmação da real alternativa – o Socialismo –, o Encontro de Nova Deli espelhou uma já mais desenvolvida convergência de análises relativamente aos perigos resultantes da «fuga para a frente» do sistema face à sua crise, às direcções de luta a desenvolver e à necessidade de dar maior visibilidade e conteúdo concreto à questão da luta pela alternativa.
O empobrecimento generalizado de imensas massas trabalhadoras e populares; o aprofundamento do fosso social; o flagelo do desemprego a nível mundial, que segundo dados oficiais atinge já cerca de 250 milhões de trabalhadores; o aprofundamento das vertentes militarista, belicista e repressiva do sistema; novos métodos de condicionamento ao direito dos povos dos países menos desenvolvidos ao desenvolvimento; a ofensiva ideológica e de perseguição política contra as forças que de forma mais consequente afirmam a alternativa ao sistema, foram temas centrais do debate, demonstrando o quão complexa, instável, perigosa e rápida é a evolução da situação internacional no contexto da crise.
Aprofundar análise
Os comunistas estão – e isso foi muito patente na discussão de Nova Deli – perante desafios imensos. Por um lado o de saber articular dialecticamente a necessária intensificação da sua ofensiva na luta das ideias e a afirmação da alternativa do socialismo com a luta diária pela resolução dos problemas mais prementes dos trabalhadores e dos povos, pela defesa da soberania nacional, pela paz e pelo direito dos povos ao desenvolvimento. Por outro o de dar combate ao desenvolvimento de fenómenos quer de resignação e adaptação de natureza reformista, quer de voluntarismo e «saltos em frente» desligados das condições e forças realmente existentes.
São desafios que exigem dos Partidos Comunistas o seu fortalecimento orgânico, político e ideológico; o seu efectivo enraizamento nas massas e identificação com os seus interesses e aspirações; a sua forte combatividade e assertividade no plano da luta das ideias; uma muito acurada análise e conhecimento da realidade concreta e uma constante e rigorosa avaliação dos objectivos, etapas, níveis, ritmos e métodos de luta – quer no plano nacional quer internacional.
Simultaneamente estão colocados importantes desafios no plano do aprofundamento da cooperação e solidariedade internacionalista, seja no âmbito do Movimento Comunista e Revolucionário Internacional, seja no âmbito da necessidade do reforço e consistência da frente anti-imperialista, níveis e universos de actuação diferenciados mas profundamente interligados entre si. São várias as propostas, reflexões e discussões em torno deste tema e que reflectem sobretudo a consciência da necessidade de unir os povos na luta contra o capitalismo, e isso é já por si positivo.
Mas, numa situação marcada por uma acelerada intensificação do embate ideológico e por ainda muita desorientação em diversos sectores, é fundamental não perder o sentido fundamental da História. E esse ensina-nos que a luta de classes é o motor do processo de transformação social, que as revoluções se fazem com o povo e para o povo e que não são traçadas a régua e esquadro, que não existem modelos, que a unidade se constrói na luta e aí é testada e – finalmente – que a luta de emancipação dos trabalhadores e dos povos não começou agora, tem um passado heróico que importa respeitar e ter presente – nos seus aspectos positivos e também negativos – e com o qual há muito para aprender. Sempre com os olhos postos no futuro.