Os crimes de guerra de Blair
O general britânico Michael Rose acusa o ex-primeiro-ministro Tony Blair de crimes de guerra pelos quais deveria ser julgado, juntamente com outros responsáveis pela invasão do Iraque diante de um tribunal do Reino Unido.
Num extenso artigo publicado no Daily Mail (29.11) o militar, que combateu nas Malvinas e comandou as forças de paz da ONU na Bósnia-Herzegovina, critica a actual comissão parlamentar de inquérito sobre a guerra do Iraque, presidida por John Chilcot, porque seu objectivo não é julgar os responsáveis pelo conflito, apesar da gravidade dos factos já apurados.
Michael Rose começa por lembrar que «dez dias antes da invasão do Iraque», os serviços de informação britânicos comunicaram que «o Iraque tinha desmantelado todas as armas químicas que possuía».
Além disso, o ex-embaixador britânico nos EUA, Christopher Meyer, afirmou à comissão de inquérito que Blair e o ex-presidente americano George W. Bush assinaram «um pacto de sangue» para derrubar Saddam Hussein quase um ano antes do início da guerra, procurando a partir daí por todos os meios um pretexto que justificasse a agressão.
«Mais de 100 mil civis iraquianos e mais de 4500 militares das forças de coligação morreram nos quase sete anos de ocupação, e é possível que dez vezes mais tenham ficado feridos. Dois milhões de iraquianos fugiram do seu país e outros dois milhões transformaram-se em deslocados internos», sublinha o general.
Exigir o julgamento
Recordando que Blair declarou antes da invasão que a mudança de regime no Iraque nunca seria uma razão para fazer a guerra, apesar de hoje se saber que «esta foi quase com certeza a única razão pela qual se invadiu o Iraque», o militar conclui: «Neste ponto, pelo menos, parece que Blair enganou o Parlamento e o país».
Em segundo lugar, observa o general, de acordo com o direito internacional, «nenhum país deve iniciar uma guerra a não ser que se trate de uma acção de último recurso; que as suas acções sejam proporcionais à ameaça; e que o fim justifique os meios utilizados – por outras palavras, que a situação no país depois da invasão registe uma melhoria em termos humanos e de segurança em relação ao estado de coisas anterior.»
Porém, «a guerra do Iraque representa uma violação desses três princípios básicos», diz Rose, lembrando que a ONU considerou em Março de 2003 que não havia justificação para a guerra, que não se tinha atingido o ponto de «último recurso» e que na ausência de armas químicas o Iraque não representava nenhuma ameaça. Acresce que a agressão provocou «uma espiral de desordem, violência e caos da qual ainda não se recuperou».
Estas violações dos princípios internacionais podem constituir um crime de guerra, afirma o general, defendendo que o povo tem o direito de exigir o julgamento em tribunal dos responsáveis governamentais.
Num extenso artigo publicado no Daily Mail (29.11) o militar, que combateu nas Malvinas e comandou as forças de paz da ONU na Bósnia-Herzegovina, critica a actual comissão parlamentar de inquérito sobre a guerra do Iraque, presidida por John Chilcot, porque seu objectivo não é julgar os responsáveis pelo conflito, apesar da gravidade dos factos já apurados.
Michael Rose começa por lembrar que «dez dias antes da invasão do Iraque», os serviços de informação britânicos comunicaram que «o Iraque tinha desmantelado todas as armas químicas que possuía».
Além disso, o ex-embaixador britânico nos EUA, Christopher Meyer, afirmou à comissão de inquérito que Blair e o ex-presidente americano George W. Bush assinaram «um pacto de sangue» para derrubar Saddam Hussein quase um ano antes do início da guerra, procurando a partir daí por todos os meios um pretexto que justificasse a agressão.
«Mais de 100 mil civis iraquianos e mais de 4500 militares das forças de coligação morreram nos quase sete anos de ocupação, e é possível que dez vezes mais tenham ficado feridos. Dois milhões de iraquianos fugiram do seu país e outros dois milhões transformaram-se em deslocados internos», sublinha o general.
Exigir o julgamento
Recordando que Blair declarou antes da invasão que a mudança de regime no Iraque nunca seria uma razão para fazer a guerra, apesar de hoje se saber que «esta foi quase com certeza a única razão pela qual se invadiu o Iraque», o militar conclui: «Neste ponto, pelo menos, parece que Blair enganou o Parlamento e o país».
Em segundo lugar, observa o general, de acordo com o direito internacional, «nenhum país deve iniciar uma guerra a não ser que se trate de uma acção de último recurso; que as suas acções sejam proporcionais à ameaça; e que o fim justifique os meios utilizados – por outras palavras, que a situação no país depois da invasão registe uma melhoria em termos humanos e de segurança em relação ao estado de coisas anterior.»
Porém, «a guerra do Iraque representa uma violação desses três princípios básicos», diz Rose, lembrando que a ONU considerou em Março de 2003 que não havia justificação para a guerra, que não se tinha atingido o ponto de «último recurso» e que na ausência de armas químicas o Iraque não representava nenhuma ameaça. Acresce que a agressão provocou «uma espiral de desordem, violência e caos da qual ainda não se recuperou».
Estas violações dos princípios internacionais podem constituir um crime de guerra, afirma o general, defendendo que o povo tem o direito de exigir o julgamento em tribunal dos responsáveis governamentais.