Comunistas firmes em defesa da Aerosoles

PS foge às responsabilidades

Ao contrário do Governo, que parece ter cedido às «inevitabilidades», o PCP continua a apelar à unidade e à luta para salvaguardar os postos de trabalho na antiga Aerosoles.

O Estado é o accionista maioritário mas o Governo nada faz

Uma semana depois de ter estado, juntamente com o deputado Jorge Machado, junto às instalações da Aerosoles, demonstrando a solidariedade dos comunistas para com a luta dos trabalhadores, o dirigente regional do Partido Miguel Viegas (e eleito da CDU na Assembleia Municipal de Ovar) voltou à unidade de Esmoriz no dia 12 com o mesmo fim. Num comunicado distribuído aos trabalhadores, os comunistas reafirmavam a sua exigência fundamental: a de que o Governo, actualmente o accionista maioritário da ex-Aerosoles, hoje Move On, intervenha para viabilizar a empresa e defender os postos de trabalho. O PCP realça que «se há milhões para a banca e para os grandes grupos económicos» também deverá haver para os trabalhadores do calçado».
Nesse comunicado, o Partido lembrava ainda que a luta «valeu e valerá sempre a pena, mesmo nas condições mais adversas». Foi, aliás, devido à luta que os salários e subsídios «têm sido pagos a tempo e horas e os cenários catastróficos apresentados pela administração não se confirmaram».
No verso do comunicado distribuído aos trabalhadores pela Comissão Concelhia de Ovar do PCP encontrava-se a reprodução do novo requerimento sobre o assunto apresentado na Assembleia da República pelo grupo parlamentar comunista. Nesse documento, o deputado Jorge Machado denunciava a recusa do Ministério da Economia em «dar viabilidade ao processo de reestruturação da empresa proposto e acordado entre a administração e a banca, principal credor da empresa». Esta notícia, entretanto tornada pública através da imprensa, tinha já sido comunicada aos representantes sindicais pelo secretário de Estado adjunto da Indústria e do Desenvolvimento.
Segundo o deputado comunista, o Governo foi peremptório a discordar do plano de recuperação, não tendo apresentado qualquer solução alternativa. Para agravar ainda mais a situação, acrescenta, no requerimento, Jorge Machado, surgiu uma nova dívida da empresa, no valor de meio milhão de euros, a um fornecedor italiano, que terá já solicitado em tribunal a insolvência da Aerosoles.
Face a tudo isto, o deputado do PCP questionou o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social acerca das razões da demissão do Governo de todo este problema. Jorge Machado pretende ainda saber se existe alternativa de emprego para os 650 trabalhadores das duas unidades do grupo.

Um caso típico

O grupo Investvar chegou a ser o maior exportador português de calçado, empregando directamente 1200 trabalhadores nas diversas fábricas que tinha em Portugal, não contando com os empregos indirectos em empresas subcontratadas. Há alguns anos, rodeado de elogios, o grupo começou a deslocalizar a sua produção para outros países, como Índia, China, Brasil ou Roménia, mantendo actualmente em Portugal 650 trabalhadores.
Em 2008, perante as dificuldades entretanto surgidas, o Estado entra maioritariamente no capital do grupo através dos fundos de capitais de risco Inovcapital e AICEP Capital Global. Ao longo deste tempo, como o PCP tem vindo a denunciar, o anterior governo do PS foi-se demitindo das suas responsabilidades com o investimento público e com os trabalhadores do grupo. Coube mesmo ao Governo a encomenda de um estudo que recomendava, pura e simplesmente, o encerramento de todas as unidades fabris.
No final de Outubro, a administração afirmou aos trabalhadores que não seriam pagos os salários no final desse mês. Entretanto, a produção cessou na Glovar, empresa do grupo sediada em Castelo de Paiva, permanecendo os trabalhadores, desde então, a cumprir o seu horário no interior das instalações. Ao mesmo tempo, e segundo informações dos trabalhadores, chegam à unidade de Esmoriz camiões vindos de Espanha com calçado para ser embalado e vendido a retalho em Portugal. A recusa do plano de viabilização é o último episódio de um longo filme em que o Governo do PS sai manchado, com responsabilidades directas no possível desaparecimento de mais uma empresa produtiva e de centenas de postos de trabalho.


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