O Acordo nas Honduras
É cedo para escrever sobre os resultados concretos do acordo assinado nas Honduras entre o Presidente Zelaya e a banda golpista de Micheletti, mas não é cedo para proceder a alguns alertas e retirar algumas conclusões.
A primeira é que a luta pela democracia e a liberdade nas Honduras está longe de estar concluída com este Acordo. Desde logo porque a assinatura do Acordo de Tegucigalpa não garante por si o normal funcionamento do Estado e sobretudo a legalidade constitucional. A reposição da legalidade está agora nas mãos dos mesmos órgãos institucionais que «legitimaram» o golpe de Estado; o governo de «unidade e reconciliação» poderá vir a incluir, senão os protagonistas, pelo menos os mais directos apoiantes do golpe de Estado, e o Presidente não terá poder sobre o exército que o depôs. Por estes três exemplos se pode aferir das enormes exigências e complexidades do que está para vir, isto se os golpistas cumprirem o acordado e votarem hoje no Congresso a restituição de Zelaya, o que ao momento da redacção deste artigo não está garantido.
A segunda é que o imperialismo norte-americano demonstrou na prática o conceito de «smart power» de que Obama e Hillary Clinton tanto falam. Tendo apoiado e instigado os golpe, tendo tentado pelas mais variadas vias e até ao ultimo minuto a chamada «terceira via» (a demissão de Micheletti e de Zelaya), a Administração Norte Americana consegue, num quadro de insustentabilidade da manutenção do golpe, o mínimo, ou seja, o branqueamento dos protagonistas do golpe, o seu próprio branqueamento e o espaço institucional para tentar manter a arquitectura de poder económico, político e militar que desenharam para as Honduras e que Zelaya pôs em causa.
A terceira e última conclusão é que este acordo só existe – e é por isso que deve ser considerado uma vitória ainda que parcial - porque o povo hondurenho se mobilizou de forma notável e persistente contra o golpe de Estado. E porque na América Latina países como a Nicarágua, Cuba, Venezuela e organizações como a ALBA se uniram numa operação de isolamento do regime golpista com repercussão mundial que fez retroceder a hipocrisia dos EUA e da União Europeia. E serão a luta do povo e a solidariedade internacionalista os dois factores essenciais para o desfecho deste e de outros processos. É sempre assim!
A primeira é que a luta pela democracia e a liberdade nas Honduras está longe de estar concluída com este Acordo. Desde logo porque a assinatura do Acordo de Tegucigalpa não garante por si o normal funcionamento do Estado e sobretudo a legalidade constitucional. A reposição da legalidade está agora nas mãos dos mesmos órgãos institucionais que «legitimaram» o golpe de Estado; o governo de «unidade e reconciliação» poderá vir a incluir, senão os protagonistas, pelo menos os mais directos apoiantes do golpe de Estado, e o Presidente não terá poder sobre o exército que o depôs. Por estes três exemplos se pode aferir das enormes exigências e complexidades do que está para vir, isto se os golpistas cumprirem o acordado e votarem hoje no Congresso a restituição de Zelaya, o que ao momento da redacção deste artigo não está garantido.
A segunda é que o imperialismo norte-americano demonstrou na prática o conceito de «smart power» de que Obama e Hillary Clinton tanto falam. Tendo apoiado e instigado os golpe, tendo tentado pelas mais variadas vias e até ao ultimo minuto a chamada «terceira via» (a demissão de Micheletti e de Zelaya), a Administração Norte Americana consegue, num quadro de insustentabilidade da manutenção do golpe, o mínimo, ou seja, o branqueamento dos protagonistas do golpe, o seu próprio branqueamento e o espaço institucional para tentar manter a arquitectura de poder económico, político e militar que desenharam para as Honduras e que Zelaya pôs em causa.
A terceira e última conclusão é que este acordo só existe – e é por isso que deve ser considerado uma vitória ainda que parcial - porque o povo hondurenho se mobilizou de forma notável e persistente contra o golpe de Estado. E porque na América Latina países como a Nicarágua, Cuba, Venezuela e organizações como a ALBA se uniram numa operação de isolamento do regime golpista com repercussão mundial que fez retroceder a hipocrisia dos EUA e da União Europeia. E serão a luta do povo e a solidariedade internacionalista os dois factores essenciais para o desfecho deste e de outros processos. É sempre assim!