Explicações para rainha ouvir
Durante uma visita, realizada em Novembro de 2008, à prestigiada London School of Economics (LSE), na capital britânica, a rainha Elizabeth II, mostrando-se muito interessada nas causas da recessão, indagou os lentes: «Porque é que ninguém se apercebeu da gravidade da situação?»
Não esperando certamente uma tal pergunta, tanto mais que Sua Majestade nunca antes tinha manifestado interesse por assuntos económicos ou quaisquer outros relativos à actualidade do seu país, as sumidades académicas reservaram para mais tarde uma resposta circunstanciada, à altura dos altos padrões de Buckingham.
Em Junho, para debater o conteúdo da resposta à monarca, um concílio de reputados cientistas reuniu-se na academia britânica com o secretário permanente do Tesouro, Nick MacPherson, o vice-governador do Banco de Inglaterra, Paul Tucker, e os economistas-chefe de vários grandes bancos de investimento, segundo relatou o jornal The Observer, na sua edição de domingo, 26.
A carta de três páginas, laboriosamente pensada e redigida, ficará seguramente nos anais da ciência económica, tal a precisão e rigor com que define a essência do funcionamento da economia capitalista.
Começando por apontar uma «psicologia da negação», que absorveu o mundo da finança e da política, dos riscos que decorriam dos desequilíbrios conhecidos nas grandes economias, a missiva culpa a «ilusão combinada com um ambição desmesurada» dos «magos financeiros» pela propagação do risco nos mercados. Porém, afirma que «toda a gente parecia estar a fazer o seu trabalho correctamente (…) e segundo os critérios habituais de sucesso, faziam-no bem com frequência.»
E conclui: «Em resumo, Sua Majestade, a incapacidade de prever o momento, a amplitude e a severidade da crise e de preveni-la, entre muitas outras causas, deveu-se principalmente a uma falha da imaginação colectiva de muitas pessoas brilhantes, tanto no nosso país como a nível internacional, para compreender os riscos do sistema na sua totalidade».
CN
Não esperando certamente uma tal pergunta, tanto mais que Sua Majestade nunca antes tinha manifestado interesse por assuntos económicos ou quaisquer outros relativos à actualidade do seu país, as sumidades académicas reservaram para mais tarde uma resposta circunstanciada, à altura dos altos padrões de Buckingham.
Em Junho, para debater o conteúdo da resposta à monarca, um concílio de reputados cientistas reuniu-se na academia britânica com o secretário permanente do Tesouro, Nick MacPherson, o vice-governador do Banco de Inglaterra, Paul Tucker, e os economistas-chefe de vários grandes bancos de investimento, segundo relatou o jornal The Observer, na sua edição de domingo, 26.
A carta de três páginas, laboriosamente pensada e redigida, ficará seguramente nos anais da ciência económica, tal a precisão e rigor com que define a essência do funcionamento da economia capitalista.
Começando por apontar uma «psicologia da negação», que absorveu o mundo da finança e da política, dos riscos que decorriam dos desequilíbrios conhecidos nas grandes economias, a missiva culpa a «ilusão combinada com um ambição desmesurada» dos «magos financeiros» pela propagação do risco nos mercados. Porém, afirma que «toda a gente parecia estar a fazer o seu trabalho correctamente (…) e segundo os critérios habituais de sucesso, faziam-no bem com frequência.»
E conclui: «Em resumo, Sua Majestade, a incapacidade de prever o momento, a amplitude e a severidade da crise e de preveni-la, entre muitas outras causas, deveu-se principalmente a uma falha da imaginação colectiva de muitas pessoas brilhantes, tanto no nosso país como a nível internacional, para compreender os riscos do sistema na sua totalidade».
CN