O que é a ruptura com a política de direita?
Muito para além da espuma mediática que diariamente nos chega sobre os casos de corrupção envolvendo o BPP, o BPN, ou, ainda recentemente, o BCP, está a realidade que hoje marca o sector financeiro no nosso país.
Perdidos no meio de nomes de ex-ministros, governadores e advogados, afogados em inquéritos e comissões, iludidos pelas declarações curvilíneas do Governo ou do Banco de Portugal, à maioria do Povo português chega uma informação que diariamente é filtrada, que oculta a ideia de que estamos perante um gravíssimo problema político e económico em vez de uns isoladíssimos casos de corrupção.
Basta recuar o filme um pouco atrás para perceber que na origem deste conjunto de casos está o processo de privatizações que teve na banca – e não por mero acaso - o primeiro sector a passar das mãos públicas para os bolsos privados. Que tal processo contou com a activa participação de altas figuras do Estado de governos do PS, PSD e CDS-PP, não apenas na decisão política, mas também na construção e consolidação dos grupos financeiros. Que a intervenção das entidades reguladoras e de supervisão não é separável do poder dos grupos económicos nem das políticas de diferentes governos que os servem. Ou que há muito que o crime económico, a fraude fiscal, o tráfico de influências ou branqueamento de capitais, gozam de uma inaceitável impunidade, ou ponto de, no meio de tanto barulho, não se conhecer verdadeiramente nenhum caso de condenação e punição dos responsáveis.
Toda uma realidade que corre debaixo do pano, onde se acumulam muitos milhões e fortunas imensas, e que se soma àquela que, na fronteira da legalidade, lá vai correndo de vento em poupa e permite que, numa altura de gravíssima crise, só a banca apresente 5 milhões de euros de lucros por dia. Facto que no mínimo levanta a suspeita sobre aquilo que se está a passar, não em dois, ou três bancos, mas no conjunto do sistema financeiro
Havendo naturalmente uma responsabilidade individual de cada uma das figuras envolvidas – e que não pode deixar de ser apurada com todas as consequências - há uma responsabilidade política de quem durante anos tem governado o país.
Muitos nos perguntam o que queremos dizer quando falamos em ruptura com a política de direita? Ora aqui temos um bom exemplo. Ruptura com a política de direita é acabar com esta «roubalheira». É nacionalizar a banca, é fazer justiça e punir os responsáveis, é acabar com a promiscuidade entre cargos públicos e interesses privados, é pôr fim aos benefícios fiscais, é romper com a prioridade dada ao sector financeiro em vez do produtivo. É no fundo, tudo aquilo que os grupos económicos e o grande capital mais temem.
Perdidos no meio de nomes de ex-ministros, governadores e advogados, afogados em inquéritos e comissões, iludidos pelas declarações curvilíneas do Governo ou do Banco de Portugal, à maioria do Povo português chega uma informação que diariamente é filtrada, que oculta a ideia de que estamos perante um gravíssimo problema político e económico em vez de uns isoladíssimos casos de corrupção.
Basta recuar o filme um pouco atrás para perceber que na origem deste conjunto de casos está o processo de privatizações que teve na banca – e não por mero acaso - o primeiro sector a passar das mãos públicas para os bolsos privados. Que tal processo contou com a activa participação de altas figuras do Estado de governos do PS, PSD e CDS-PP, não apenas na decisão política, mas também na construção e consolidação dos grupos financeiros. Que a intervenção das entidades reguladoras e de supervisão não é separável do poder dos grupos económicos nem das políticas de diferentes governos que os servem. Ou que há muito que o crime económico, a fraude fiscal, o tráfico de influências ou branqueamento de capitais, gozam de uma inaceitável impunidade, ou ponto de, no meio de tanto barulho, não se conhecer verdadeiramente nenhum caso de condenação e punição dos responsáveis.
Toda uma realidade que corre debaixo do pano, onde se acumulam muitos milhões e fortunas imensas, e que se soma àquela que, na fronteira da legalidade, lá vai correndo de vento em poupa e permite que, numa altura de gravíssima crise, só a banca apresente 5 milhões de euros de lucros por dia. Facto que no mínimo levanta a suspeita sobre aquilo que se está a passar, não em dois, ou três bancos, mas no conjunto do sistema financeiro
Havendo naturalmente uma responsabilidade individual de cada uma das figuras envolvidas – e que não pode deixar de ser apurada com todas as consequências - há uma responsabilidade política de quem durante anos tem governado o país.
Muitos nos perguntam o que queremos dizer quando falamos em ruptura com a política de direita? Ora aqui temos um bom exemplo. Ruptura com a política de direita é acabar com esta «roubalheira». É nacionalizar a banca, é fazer justiça e punir os responsáveis, é acabar com a promiscuidade entre cargos públicos e interesses privados, é pôr fim aos benefícios fiscais, é romper com a prioridade dada ao sector financeiro em vez do produtivo. É no fundo, tudo aquilo que os grupos económicos e o grande capital mais temem.