Legislativas na Bulgária

Governo sancionado

A oposição conservadora venceu as eleições legislativas realizadas, no domingo, 5, na Bulgária, ultrapassado em mais de 20 pontos percentuais o Partido Socialista do primeiro-ministro cessante, Serguei Stanichev.

Búlgaros desiludidos com governação de «socialistas»

O partido GERB (Cidadãos para um Desenvolvimento Europeu da Bulgária), liderado Boïko Borissov, presidente do município de Sofia, a capital do país, alcançou 39,7 por cento dos votos contra 17,7 por cento do Partido Socialista Búlgaro, no poder desde há quatro anos.
No entanto, segundo os resultados provisórios, a vitória folgada do GERB não será suficiente para assegurar a maioria absoluta no parlamento, onde deverá procurar apoios entre as outras quatro formações que, a par dos socialistas, elegeram deputados.
Entre estas, as mais votadas são os liberais do MDL, que integram o governo de Stanichev (13,3%), os nacionalistas do Ataka (9,3%), os conservadores da Coligação Azul (6,7%), e os populistas Ordem, Legalidade e Justiça (4,1%). Todos estes partidos se mostraram dispostos a apoiar um governo do GERB.
Entretanto, o ex-rei Simeão II anunciou, na segunda-feira, 6, que abandonará a liderança do seu partido (Movimento Nacional Simeão II), devido ao desastre eleitoral que o irradiou do parlamento.
Simeão II foi primeiro-ministro da Bulgária entre 2001 e 2005, detendo a maioria dos 240 assentos parlamentares. Após quatro anos de governação, sofre uma pesada derrota conseguindo eleger apenas 53 deputados. Agora, o MNS ficou abaixo dos quatro por cento dos votos, o mínimo requerido para entrar no parlamento.
À semelhança de outros países do Leste europeu, a Bulgária está hoje à beira da bancarrota e poderá ser obrigada a recorrer ao Fundo Monetário Internacional para cumprir os seus compromissos.
Estes novos constrangimentos agravarão as condições de vida no país que conta com 7,6 milhões de habitantes, que é hoje o estado-membro mais pobre da União Europeia, onde a corrupção nas altas esferas da sociedade e o domínio das redes criminosas acentuam as desigualdades sociais e motivam um descontentamento crescente da população.
Apesar de todos os partidos terem feito do combate à corrupção o principal tema de campanha, o facto de dois conhecidos chefes mafiosos terem conseguido a suspensão do processo em que são arguidos para se apresentarem como candidatos é revelador da total impunidade de que gozam estas figuras.
Entretanto, as autoridades judiciais anunciaram ter aberto vários inquéritos sobre casos de compra de votos em que estarão envolvidos praticamente todos os partidos.


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