Patrulhas fascistas
A controversa lei que pretende autorizar as «patrulhas de cidadãos» em Itália ainda não entrou em vigor, mas um grupo neo-nazi afirma que já recolheu duas mil adesões de voluntários que terão uniformes repletos de símbolos nazis.
O governo de Berlusconi apoia patrulhas fascistas nas ruas
A divulgação das imagens dos novos «camisas negras», organizados pelo Movimento Social Italiano – Direita Nacional (MSI-DN), reacendeu a polémica em Itália sobre a nova lei da segurança. A oposição a Berlusconi rejeita o projecto sublinhando que conduzirá à discriminação racial e à violência, mas o líder de extrema-direita Gaetano Saya, que tem vindo a fundar uma séria de minipartidos neonazis, parece seguro de que a lei será aprovada e não hesitou em apresentar publicamente a sua «Guarda Nacional Italiana».
Embora já tenha sido julgado em 2004 por difundir ideias sobre «a superioridade e ódio raciais» e continue a insistir que os imigrantes constituem um «perigo para a nossa raça», Saya mostra-se confiante e orgulhoso no pequeno «exército» que tem vindo a formar com o beneplácito do governo.
Segundo declarou em entrevista, conta já com mais de dois mil voluntários e as adesões continuam a aumentar sobretudo entre ex-agentes das forças de segurança. Afirma que o único objectivo é ajudar os cidadãos patrulhando as zonas inseguras e informar as autoridades, mas não esconde que a sua gente está organizada e preparada para obedecer ao seu comandante, ele próprio um antigo oficial da polícia.
Com pompa e em total impunidade, Saya apresentou no sábado, 13, em Milão, durante um congresso da sua organização, os uniformes que irão distinguir os membros da sua guarda: camisa caqui, boné preto, uma águia imperial romana, calças cinzentas e botas de cano, tudo ao estilo da época fascista de Mussolini. Para começarem a operar, apenas aguardam que a lei seja publicada no Diário Oficial da Itália.
Apoio explícito
Em resposta à exigência feita pelo líder do Partido Democrático (PD), Marco Minniti, de proibição destes grupos, o sub-secretário de Estado do Interior, Alfredo Mantovano, tentou acalmar os ânimos assegurando que o texto da lei indicará claramente que as associações de voluntários não poderão ser expressão de forças políticas, organizações sindicais ou de claques de futebol e, embora admita a utilização de uniformes, estes não poderão assemelhar-se aos militares.
Nada portanto que impeça o grupo de Saya de actuar. De resto, este já tinha feito questão de ressalvar que: «somos apolíticos. Nem negros, nem verdes, nem amarelos».
Com a mesma clareza, o ministro do Interior, Roberto Maroni, declarou num comício da Liga do Norte: «Eles chamam-lhes patrulhas. Pois bem, nós queremos as patrulhas. Acusam-nos de queremos voltar aos “camisas negras”, mas nós só queremos permitir que os cidadãos participem».
Embora já tenha sido julgado em 2004 por difundir ideias sobre «a superioridade e ódio raciais» e continue a insistir que os imigrantes constituem um «perigo para a nossa raça», Saya mostra-se confiante e orgulhoso no pequeno «exército» que tem vindo a formar com o beneplácito do governo.
Segundo declarou em entrevista, conta já com mais de dois mil voluntários e as adesões continuam a aumentar sobretudo entre ex-agentes das forças de segurança. Afirma que o único objectivo é ajudar os cidadãos patrulhando as zonas inseguras e informar as autoridades, mas não esconde que a sua gente está organizada e preparada para obedecer ao seu comandante, ele próprio um antigo oficial da polícia.
Com pompa e em total impunidade, Saya apresentou no sábado, 13, em Milão, durante um congresso da sua organização, os uniformes que irão distinguir os membros da sua guarda: camisa caqui, boné preto, uma águia imperial romana, calças cinzentas e botas de cano, tudo ao estilo da época fascista de Mussolini. Para começarem a operar, apenas aguardam que a lei seja publicada no Diário Oficial da Itália.
Apoio explícito
Em resposta à exigência feita pelo líder do Partido Democrático (PD), Marco Minniti, de proibição destes grupos, o sub-secretário de Estado do Interior, Alfredo Mantovano, tentou acalmar os ânimos assegurando que o texto da lei indicará claramente que as associações de voluntários não poderão ser expressão de forças políticas, organizações sindicais ou de claques de futebol e, embora admita a utilização de uniformes, estes não poderão assemelhar-se aos militares.
Nada portanto que impeça o grupo de Saya de actuar. De resto, este já tinha feito questão de ressalvar que: «somos apolíticos. Nem negros, nem verdes, nem amarelos».
Com a mesma clareza, o ministro do Interior, Roberto Maroni, declarou num comício da Liga do Norte: «Eles chamam-lhes patrulhas. Pois bem, nós queremos as patrulhas. Acusam-nos de queremos voltar aos “camisas negras”, mas nós só queremos permitir que os cidadãos participem».