PCP não esquece os seus heróis

Valorizar um percurso exemplar

O PCP está a assinalar o centenário do nascimento de Soeiro Pereira com um conjunto de iniciativas que têm como objectivo dar a conhecer e valorizar o seu percurso de militante e dirigente comunista e a sua obra literária ímpar.
No dia 7 de Maio, realiza-se um comício em Alhandra, com a presença do Secretário-geral do Partido, Jerónimo de Sousa, comemorativo do centenário. A 25 de Junho, também em Alhandra, o Sector Intelectual de Lisboa do Partido e a Comissão Concelhia de Vila Franca de Xira promovem uma iniciativa subordinada ao tema «Soeiro e os Esteiros, geografia e realidade social». Desta forma, Alhandra volta a prestar o devido tributo ao escritor e ao militante que tomou aquela como a sua terra e que a descreveu profundamente em várias das suas obras.
Um pouco por todo o País, por iniciativa das organizações locais do Partido, serão realizadas sessões comemorativas dos cem anos deste exemplar militante e escritor. Em muitas destas iniciativas estará patente uma exposição, concebida pelo Departamento de Propaganda do Partido, que salienta os mais relevantes aspectos do percurso de Joaquim Soeiro Pereira Gomes.
Também na Festa do Avante! a sua vida e obra terão um lugar especial.
Entretanto, e porque não há melhor homenagem a um escritor do que lê-lo, as Edições Avante! publicaram um livro com vários textos de Soeiro Pereira Gomes, que pode ser adquirido com a edição de hoje do Avante!. Trata-se de Contos Vermelhos e outros escritos, que incluem vários artigos e contos escritos em várias fases da sua vida.
Desde os primeiros textos enviados para jornais em meados dos anos 30 até aos Contos Vermelhos, escritos na clandestinidade e que contam episódios da vida dos funcionários clandestinos do Partido. Também se edita a Última Carta, dedicada por Soeiro Pereira Gomes ao «camarada Alexandre», pseudónimo de Alfredo Dinis, dirigente comunista assassinado pela PIDE em Junho de 1945.


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Militante da luta e da escrita

Assinalou-se anteontem o centenário do nascimento de Soeiro Pereira Gomes, militante e dirigente comunista e talentoso escritor, pioneiro do neo-realismo em Portugal, duas facetas inseparáveis da sua personalidade. A sua vida e a sua obra foram demasiado curtas, interrompidas pela morte prematura, aos 40 anos, provocada pela doença e pela falta de assistência médica, devido à sua condição de funcionário clandestino do Partido. O seu percurso de vida e a obra que deixou escrita testemunham um firme compromisso com os explorados e oprimidos e com a sua luta e ajudam-nos, ainda hoje, a enfrentar a dureza dos combates que diariamente travamos pela democracia e pelo socialismo.

Romances, contos e crónicas

O Capataz, 1935. Enviado, para eventual publicação, ao jornal O Diabo, é censurado. Crónicas, em 1939 e 1940. O Diabo publica As crianças da minha rua, O meu vizinho do lado e Companheiros de um dia. Pesadelo, 1940. O Pàstiure. 1940. Publicado na edição de 26 de Outubro de O Diabo.Esteiros, 1941. Publicado pela Sirius, a...

O exemplo da «Praça de Jorna»

Para além dos notáveis romances e contos que escreveu, Soeiro Pereira Gomes produziu também textos políticos, em forma de cartas, folhetos ou artigos.

Comunista dedicado e artista talentoso

No dia 7 de Dezembro de 1999, realizou-se em Alhandra uma sessão evocativa de Soeiro Pereira Gomes. Assinalava-se então os 50 anos da sua morte. Na ocasião, vários militantes comunistas daquela localidade contaram episódios passados envolvendo Soeiro Pereira Gomes, entre os quais se encontrava Álvaro Cunhal. Esta foi, aliás, uma das últimas iniciativas partidárias em que participou. Publicamos em seguida a intervenção proferida pelo histórico dirigente comunista: