O espelho da recessão
No dia em que o Banco Central Europeu baixou a taxa de juro para 1,5 por cento, o seu mais baixo nível de sempre, o Banco de Inglaterra anunciou uma taxa de 0,5 por cento e a emissão de 150 mil milhões de libras.
Banco de Inglaterra emite moeda para comprar activos tóxicos
A gravidade da recessão económica já levou o Banco de Inglaterra a reduzir quase a nada o preço do dinheiro. Depois de seis descidas consecutivas, a taxa de juro da libra passou de cinco por cento em Setembro para apenas 0,5 por cento, um recorde desde a criação da entidade em 1694. E os analistas admitem que ainda poderá baixar para 0,1 por cento.
Sem outra alternativa, até os gurus do Banco Central Europeu foram forçados, dia 5, a descer para níveis nunca vistos a taxa do euro, agora em 1,5 por cento. Contudo, nem mesmo assim os bancos concedem novos créditos e quando o fazem exigem taxas de juro muito acima da referência. O resultado é o agravamento da recessão, o que por si só é revelador dos limites das políticas monetárias numa situação de crise.
Já em desespero de causa, o Banco de Inglaterra decidiu pôr arodar a máquina de fazer dinheiro, reconhecendo que todas as colossais injecções de capitais públicos parecem ter caído num poço sem fundo, já que a crónica falta de liquidez no mercado continua a afectar os particulares e as empresas.
Neste sentido, o banco anunciou que irá emitir até 150 mil milhões de libras que se destinarão a facilitar o crédito às empresas. No entanto, apesar de implicar um aumento brusco da massa monetária em circulação, as autoridades britânicas contam reservar esta verba unicamente para adquirir activos tóxicos dos bancos ou dívidas de empresas em dificuldades. Todavia, mais uma vez, o sector financeiro terá prioridade. Só uma terça parte dos novos fundos poderá ser utilizada para apoiar o aparelho produtivo.
A emissão de moeda é geralmente considerada como uma medida de último recurso e como tal tem limites estritos, sob pena de desequilibrar por completo o sistema monetário. Se resultar num efectivo aumento da liquidez e numa redução efectiva da taxa de juro, os particulares e as empresas poderão beneficiar reactivando ao mesmo tempo a economia. Caso a crise persista e se torne necessário insistir na emissão de papel, a inflação poderá disparar de forma incontrolável e provocar uma desvalorização acentuada e o descrédito da moeda.
Por último, ao comprar os activos tóxicos à banca e assim saneando as suas contas, o governo britânico ficará sempre com este problema por resolver, já que, na maior parte dos casos, se trata de investimentos irrecuperáveis, que irão hipotecar o futuro das próximas gerações de trabalhadores.
Sem outra alternativa, até os gurus do Banco Central Europeu foram forçados, dia 5, a descer para níveis nunca vistos a taxa do euro, agora em 1,5 por cento. Contudo, nem mesmo assim os bancos concedem novos créditos e quando o fazem exigem taxas de juro muito acima da referência. O resultado é o agravamento da recessão, o que por si só é revelador dos limites das políticas monetárias numa situação de crise.
Já em desespero de causa, o Banco de Inglaterra decidiu pôr arodar a máquina de fazer dinheiro, reconhecendo que todas as colossais injecções de capitais públicos parecem ter caído num poço sem fundo, já que a crónica falta de liquidez no mercado continua a afectar os particulares e as empresas.
Neste sentido, o banco anunciou que irá emitir até 150 mil milhões de libras que se destinarão a facilitar o crédito às empresas. No entanto, apesar de implicar um aumento brusco da massa monetária em circulação, as autoridades britânicas contam reservar esta verba unicamente para adquirir activos tóxicos dos bancos ou dívidas de empresas em dificuldades. Todavia, mais uma vez, o sector financeiro terá prioridade. Só uma terça parte dos novos fundos poderá ser utilizada para apoiar o aparelho produtivo.
A emissão de moeda é geralmente considerada como uma medida de último recurso e como tal tem limites estritos, sob pena de desequilibrar por completo o sistema monetário. Se resultar num efectivo aumento da liquidez e numa redução efectiva da taxa de juro, os particulares e as empresas poderão beneficiar reactivando ao mesmo tempo a economia. Caso a crise persista e se torne necessário insistir na emissão de papel, a inflação poderá disparar de forma incontrolável e provocar uma desvalorização acentuada e o descrédito da moeda.
Por último, ao comprar os activos tóxicos à banca e assim saneando as suas contas, o governo britânico ficará sempre com este problema por resolver, já que, na maior parte dos casos, se trata de investimentos irrecuperáveis, que irão hipotecar o futuro das próximas gerações de trabalhadores.