Crise económica antecipa eleições
O governo da Islândia demitiu-se esta segunda-feira, na sequência de forte contestação popular responsabilizando-o pela derrocada da economia do país.
«O alegado êxito islandês tinha pés de barro, como veio a verificar-se»
Um dia depois da demissão da coligação no poder, que integrava o partido de centro-direita do primeiro-ministro Geir Haarde (partido da Independência) e o partido social-democrata, o presidente da Islândia, Olafur Ragnar Grimsson, convidou a dirigente deste último, Ingijborg Solrun Gisladottir, a formar um novo governo.
No fecho desta edição tudo apontava para que o futuro executivo resultasse de uma aliança dos social-democratas com o partido da Esquerda-Verdes, ficando o lugar de primeiro-ministro a cargo de Johanna Sigurdardottir, que detinha a pasta dos Assuntos Sociais. A re-arrumação de forças na Islândia é para já transitória, uma vez que o país vai a votos a 9 de Maio, em eleições antecipadas.
A Islândia é uma ilha com 320 000 habitantes que não integra a União Europeia e que até há pouco tempo era apresentada como um caso de «sucesso» pela sua prosperidade económica. O alegado êxito islandês tinha pés de barro, como veio a verificar-se, pois assentava no sector bancário, que não aguentou o embate da crise financeira internacional espoletada no Outono passado. No início de Outubro, os três principais bancos do país ficaram sem liquidez, o que provocou a revolta dos depositantes, muitos dos quais perderam poupanças e o emprego, e o governo foi forçado a intervir. A partir de então sucederam-se as manifestações de protesto, que começaram por se realizar aos fins-de-semana mas que, desde meados de Janeiro, passaram a ser praticamente diárias.
Para fazer face à situação de ruptura a que o país chegou, o governo negociou um plano de recuperação económica do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Acusações a Londres
A 8 de Outubro de 2008, com a economia islandesa já em plena crise, o governo britânico decidiu congelar os bens do Heritable, a subsidiária no Reino Unido do Landsbanki, banco que tinha sido nacionalizado na Islândia um dia antes. Na mesma altura, Londres determinou a passagem de todos os depósitos deste banco no Reino Unido, bem como do também islandês Kaupthing, para o ING Direct.
Socorrendo-se das leis ditas de «combate ao terrorismo», o governo do primeiro-ministro Gordon Brown alegou então a necessidade de salvaguardar a «estabilidade do sistema financeiro britânico» e a «protecção dos interesses dos depositantes e contribuintes».
A medida foi considerada «hostil» em Reiquejavique, capital islandesa, não estando descartada a hipótese de o caso vir a ser levado ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Para já, a população celebrou nas ruas a queda do governo e os analistas admitem que a coligação de centro-direita até agora no poder venha a ser substituída por uma coligação de centro-esquerda.
No fecho desta edição tudo apontava para que o futuro executivo resultasse de uma aliança dos social-democratas com o partido da Esquerda-Verdes, ficando o lugar de primeiro-ministro a cargo de Johanna Sigurdardottir, que detinha a pasta dos Assuntos Sociais. A re-arrumação de forças na Islândia é para já transitória, uma vez que o país vai a votos a 9 de Maio, em eleições antecipadas.
A Islândia é uma ilha com 320 000 habitantes que não integra a União Europeia e que até há pouco tempo era apresentada como um caso de «sucesso» pela sua prosperidade económica. O alegado êxito islandês tinha pés de barro, como veio a verificar-se, pois assentava no sector bancário, que não aguentou o embate da crise financeira internacional espoletada no Outono passado. No início de Outubro, os três principais bancos do país ficaram sem liquidez, o que provocou a revolta dos depositantes, muitos dos quais perderam poupanças e o emprego, e o governo foi forçado a intervir. A partir de então sucederam-se as manifestações de protesto, que começaram por se realizar aos fins-de-semana mas que, desde meados de Janeiro, passaram a ser praticamente diárias.
Para fazer face à situação de ruptura a que o país chegou, o governo negociou um plano de recuperação económica do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Acusações a Londres
A 8 de Outubro de 2008, com a economia islandesa já em plena crise, o governo britânico decidiu congelar os bens do Heritable, a subsidiária no Reino Unido do Landsbanki, banco que tinha sido nacionalizado na Islândia um dia antes. Na mesma altura, Londres determinou a passagem de todos os depósitos deste banco no Reino Unido, bem como do também islandês Kaupthing, para o ING Direct.
Socorrendo-se das leis ditas de «combate ao terrorismo», o governo do primeiro-ministro Gordon Brown alegou então a necessidade de salvaguardar a «estabilidade do sistema financeiro britânico» e a «protecção dos interesses dos depositantes e contribuintes».
A medida foi considerada «hostil» em Reiquejavique, capital islandesa, não estando descartada a hipótese de o caso vir a ser levado ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Para já, a população celebrou nas ruas a queda do governo e os analistas admitem que a coligação de centro-direita até agora no poder venha a ser substituída por uma coligação de centro-esquerda.