Condenados a heróis...
«Bush, Cheney e Rumsfeld poderão ser julgados?», perguntava o Público de domingo passado. Isto a propósito da imensa vaga de indignação e de exigência de julgamento destes personagens, que percorre os EUA.
Sobre o assunto, o jornal entrevistou, telefonicamente ou por e-mail, vários especialistas na matéria, todos norte-americanos. Comungando a ideia de que a dimensão dos protestos e da exigência de julgamento é coisa nunca antes vista nos EUA, os entrevistados partilham, contudo, duas outras opiniões: a de que «em todas as guerras há sempre gente que acha que não devíamos ter entrado nelas»; e a de que, apesar da sua inusitada dimensão, os protestos e exigências actuais são ainda minoritários.
Pelo que, à pergunta sobre «qual é mesmo a hipótese de esses altos responsáveis virem a ser julgados», a resposta é: «Zero». Também a hipótese de Obama vir a decidir nesse sentido não parece, aos entrevistados, credível, já que, dizem, não é de esperar que Obama vá dividir o país com questões controversas como são estas... Questão arrumada, portanto.
Registe-se que todas estas perguntas e respostas giram exclusivamente em torno das práticas de tortura, em especial a célebre waterboarding, ou simulação de afogamento – que, aliás, nem está ainda demonstrado que seja tortura, bem pelo contrário: como há dias afirmou Cheney, se as leis dos EUA não permitem a tortura, a simulação de afogamento não é tortura...
É claro que as práticas de tortura utilizadas pela CIA nos interrogatórios aos presos acusados de terrorismo – muitos dos quais se verificou, posteriormente, estarem inocentes – são mais do que justificativas do julgamento e condenação dos que as ordenaram e aplicaram.
E também é verdade que essas práticas constituem um crime menor, digamos assim, se comparado com crimes como a invasão e ocupação de países com bombardeamentos que provocaram a morte de centenas e centenas de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.
Mas se, como dizia um célebre personagem de Chaplin, quem mata uma pessoa é um assassino e quem mata um milhão de pessoas é um herói, então os criminosos de guerra Bush, Cheney e Rumsfeld, estão, desde já, condenados a heróis...
Sobre o assunto, o jornal entrevistou, telefonicamente ou por e-mail, vários especialistas na matéria, todos norte-americanos. Comungando a ideia de que a dimensão dos protestos e da exigência de julgamento é coisa nunca antes vista nos EUA, os entrevistados partilham, contudo, duas outras opiniões: a de que «em todas as guerras há sempre gente que acha que não devíamos ter entrado nelas»; e a de que, apesar da sua inusitada dimensão, os protestos e exigências actuais são ainda minoritários.
Pelo que, à pergunta sobre «qual é mesmo a hipótese de esses altos responsáveis virem a ser julgados», a resposta é: «Zero». Também a hipótese de Obama vir a decidir nesse sentido não parece, aos entrevistados, credível, já que, dizem, não é de esperar que Obama vá dividir o país com questões controversas como são estas... Questão arrumada, portanto.
Registe-se que todas estas perguntas e respostas giram exclusivamente em torno das práticas de tortura, em especial a célebre waterboarding, ou simulação de afogamento – que, aliás, nem está ainda demonstrado que seja tortura, bem pelo contrário: como há dias afirmou Cheney, se as leis dos EUA não permitem a tortura, a simulação de afogamento não é tortura...
É claro que as práticas de tortura utilizadas pela CIA nos interrogatórios aos presos acusados de terrorismo – muitos dos quais se verificou, posteriormente, estarem inocentes – são mais do que justificativas do julgamento e condenação dos que as ordenaram e aplicaram.
E também é verdade que essas práticas constituem um crime menor, digamos assim, se comparado com crimes como a invasão e ocupação de países com bombardeamentos que provocaram a morte de centenas e centenas de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.
Mas se, como dizia um célebre personagem de Chaplin, quem mata uma pessoa é um assassino e quem mata um milhão de pessoas é um herói, então os criminosos de guerra Bush, Cheney e Rumsfeld, estão, desde já, condenados a heróis...