Porque os direitos humanos não existem para serem contemplados, mas sim para serem defendidos e conquistados todos os dias, sobretudo quando se adensam novas ameaças à paz, às liberdades e à democracia, realizou-se, sábado, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa, um Encontro Comemorativo do «60.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem».
Esta iniciativa contou, entre outros, com a intervenção de Alice Vieira, António Borges Coelho, José Saramago, Lousã Henriques e Modesto Navarro, cidadãos que em 2007 puseram a circular um abaixo-assinado intitulado «Pela Liberdade, pela Democracia, Por Abril». Este documento foi subscrito por 500 intelectuais, trabalhadores das artes e das letras, da ciência e da educação, sindicalistas, trabalhadores e individualidades das mais diversas áreas e de todas as regiões do País.
Na ocasião, o Prémio Nobel da Literatura defendeu a necessidade de organizar um «movimento social amplo em defesa dos direitos humanos». «Cada vez mais é necessário comemorar os direitos do homem» uma vez que a «conjuntura mundial é de crise económica» e «há milhões de pessoas desempregadas».
Por seu lado, Alice Vieira lamentou o facto de os direitos humanos não serem cumpridos no nosso dia-a-dia». «O que me preocupa e assusta é que os jovens nem sequer pensam no que é o incumprimento dos direitos humanos», sublinhou, defendendo que aquela iniciativa, que juntou cerca de 50 pessoas, deveria ser feita também «nas escolas».