Afeganistão

Sem solução militar

O general Mark Carleton-Smith, principal responsável das forças armadas britânicas no Afeganistão, afirmou numa entrevista ao Sunday Times, publicada domingo, dia 5 de Outubro, que uma vitória militar no Afeganistão é impossível e que a única saída para o conflito é a negociação com os insurrectos.
Na entrevista, Smith explica que é altamente improvável que as forças ocupantes abandonem o país, invadido em 2001, deixando apenas raros focos de resistência nas zonas rurais, declaração que confirma a profusão de grupos rebelados contra a presença da NATO no território.
Tal como o graduado que advoga a via do diálogo como nova estratégia no processo, também os representantes diplomáticos de Paris e Londres no território consideram a concertação com os chefes armados locais a única escapatória possível para o atoleiro afegão em que se meteram os respectivos países, cumprindo as determinações belicistas norte-americanas.
Numa alegada troca de correspondência entre Sherard Cowper-Coles e Jean-François Fitou, ocorrida no início do último mês de Setembro, divulgada numa investigação do semanário francês Le Canard Enchainé e citada na edição online do diário basco Gara, gauleses e britânicos estão de acordo quanto à necessidade de uma retirada, deixando no poder «um ditador aceitável».
Gauleses e britânicos também parecem concordar que «a estratégia norte-americana está condenada ao fracasso» e que ambos os candidatos presidenciais, McCain e Obama, estão errados na pretensão de reforço do contingente de Washington no Afeganistão.
A mesma opinião proferiu, quatro dias depois, o general norte-americano David Petraeus. Para o antigo comandante das tropas ocupantes no Iraque, a via do diálogo com os rebeldes deve ser aberta imediatamente, atendendo, sobretudo, à escalada do conflito desde o ano passado em quase todas as regiões do país.
Entretanto, no terreno prosseguem os confrontos entre grupos armados afegãos e as militares da NATO. Em Helmand, no Sul do Afeganistão, três dias de confrontos resultaram na morte de mais de 100 guerrilheiros, elevando para perto de cinco mil o número de mortos em combate naquela região.
Em Uruzgan, igualmente no Sul do país, uma troca de tiros envolvendo uma patrulha norte-americana custou a vida a 22 pessoas, dez das quais civis, segundo informações oficiais.
Do outro lado da fronteira, na zona tribal paquistanesa do Waziristão, o fogo dos ocupantes também se faz sentir. Desde quinta-feira, diversos bombardeamentos da aviação norte-americana contra aldeias onde pretensamente se encontram células talibans, mataram 13 pessoas.


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