PCP exige medidas

Crise é inerente ao sistema

O PCP quer que o Governo tome medidas para estancar os efeitos da crise internacional na economia portuguesa.

A destruição do aparelho produtivo explica a fragilidade da economia

Jerónimo de Sousa defendeu, na semana passada, em conferência de imprensa na Assembleia da República, a adopção pelo Governo de medidas que façam face à crise internacional do capitalismo. Para o PCP, há que «intervir junto do sistema bancário para diminuir as taxas de juro, tomar medidas para valorizar, defender e promover a produção nacional, aliviar a tesouraria das empresas acelerando os pagamentos em dívida e de todos os fundos comunitários».
O aumento dos salários, com a reposição do poder de compra dos trabalhadores, o reforço das prestações sociais, designadamente às famílias mais carenciadas, e a melhoria da distribuição do Rendimento Nacional, são outras propostas dos comunistas.
No plano da União Europeia, prosseguiu o dirigente do PCP, o Governo deverá «intervir junto do Banco Central Europeu para a descida das taxas de juro» e para a suspensão do Pacto de Estabilidade. Combater as deslocalizações de empresas, reforçar os fundos estruturais e outras medidas orçamentais que «relancem as actividades económicas e o investimento» e o aumento dos salários, por forma a melhorar o poder de compra e a alargar o mercado interno, contam-se também entre as medidas avançadas. O Governo deveria ainda «tomar a iniciativa junto da UE para acabar com os offshores», realçou o secretário-geral comunista.
Lembrando que o PCP está a favor da revisão do Sistema Monetário e Financeiro internacional e do combate aos privilégios do dólar, Jerónimo de Sousa afirmou que «tal não pode ser feito com a valorização artificial do euro». Ou seja, à custa das economias mais débeis da União Europeia, como a portuguesa.
Apesar dos planos Bush/Paulson, das intervenções em vários bancos europeus e das injecções dos bancos centrais, afirmou o dirigente comunista, «a crise vai ainda perdurar». Estas medidas visam fundamentalmente, acusou, «passar os custos da crise para as populações em geral». Uma ainda maior concentração da riqueza e concentração do capital será a principal consequência.

Mistificações

Para além de exigir que o Governo tome medidas, Jerónimo de Sousa quer também que o executivo se «deixe de mistificações». Porque «é uma mistificação afirmar-se que a crise se deve à ganância de alguns». Como se a busca do máximo lucro não fosse inerente ao sistema capitalista.
É também uma mistificação, continuou, «explicar a crise apenas pelo rebentamento da bolha do sub-prime». A «crescente financeirização da economia mundial em detrimento da produção real», a prática especulativa dos «grandes senhores do dinheiro», a «crescente desvalorização dos salários» e a sua «substituição pelo incentivo e facilitação do endividamento», são aspectos incontornáveis da grave situação a que se chegou, defendeu Jerónimo de Sousa.
Considerando uma «desculpa esfarrapada» afirmar-se que o Governo foi «surpreendido» pela situação, o dirigente comunista alertou para outra «mistificação»: a de querer fazer crer que «pode haver transparência e regulação no actual quadro de economia de mercado, com a livre circulação de capitais e os offshores».
Outra mistificação é afirmar que o País tem resistido à crise. A estagnação, o aumento das taxas de juro e a quebra do poder de compra dos trabalhadores e camadas médias desmentem estas teses.
Considerando que esta crise pôs em evidência a «falsidade dos dogmas do neoliberalismo», Jerónimo de Sousa salientou ainda que também revela a natureza do capitalismo e as suas profundas contradições – «um sistema que não resolve os problemas da humanidade, antes os agrava, fomentador das desigualdades, das injustiças, da pobreza, da miséria de milhões de seres humanos.»


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