Professores prosseguem a luta

A Fenprof considera «inevitável a continuação da luta dos professores contra a política do Governo para a Educação, uma vez que, por toda a classe docente, continua a sentir-se um enorme clima de insatisfação», considerou, em declarações ao Avante!, no dia 10, data oficial do início do ano lectivo, o secretário-geral da federação, Mário Nogueira.
«Apesar dos esforços de propaganda do Governo para tentar demonstrar o contrário, neste início de ano lectivo vão manter-se e, em alguns casos, aprofundar-se os problemas que têm afectado a Educação», afirmou Mário Nogueira, que considerou «provável, que até mais cedo do que no ano passado voltaremos a ter os professores em grande número nas ruas porque a situação actual é insustentável».
A «crescente insatisfação» dos professores é o motivo central que os leva a envolver-se, através de plenários, na mobilização da classe para a participação no Dia Nacional de Luta da CGTP-IN, agendado para 1 de Outubro.
Outra prova da crescente contestação à política do Ministério da Educação são «as manifestações de descontentamento que têm chegado aos sindicatos de professores, em número muito superior ao que tem acontecido em anos anteriores», revelou o dirigente sindical.
Mário Nogueira enunciou os motivos principais desse descontentamento, designadamente o novo Estatuto da Carreira Docente, com a fractura da carreira em duas, a prova de ingresso exigida aos jovens professores, «que, provavelmente, serão obrigados a abandonar a profissão quando for feita a prova», o roubo do tempo de serviço prestado para efeitos de carreira, os horários de trabalho, o regime da avaliação de desempenho «que está já a gerar conflitos enormes», ou o novo «modelo que exclui os docentes da gestão escolar». «Este será o primeiro ano em que deixa de haver uma gestão democrática nas escolas», acusou o dirigente sindical.
Mário Nogueira recordou os 40 mil docentes sem colocação, notando que «não foram colocados os docentes necessários às escolas mas aqueles que o ME acha que são necessários».

Defender a escola pública

O «Manifesto em defesa da escola pública», a ser entregue ao Governo e à Assembleia da República, envolveu activistas da central e da Fenprof, segunda-feira, em todas as capitais de distrito, que recolheram assinaturas e divulgaram informação aos trabalhadores e à população, com o propósito de alargar a consciência dos portugueses para os ataques à escola pública. No manifesto considera-se que as «opções neoliberais do Governo estão a conduzir a uma escola menos pública, menos democrática, menos inclusiva, orientada para a certificação e o registo estatístico do sucesso, em detrimento do conhecimento e do saber», concluindo com a exigência de uma mudança de rumo na política educativa».
A central emitiu, dia 11, um comunicado onde salienta o aumento dos encargos familiares com a aquisição de livros e do restante material escolar, do vestuário, dos transportes e das propinas, num ano em que «a generalidade dos trabalhadores não teve aumentos reais dos salários» e em que «as famílias estão sobre-endividadas». «A democratização da Educação e das condições económicas, sociais e culturais, para que se promova a igualdade, só as escolas públicas podem concretizar», considera a CGTP-IN.


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