Mas o que é que esta Festa tem?

Vasco Cardoso
Silenciada durante meses, diminuída à expressão de uma simples «rentrée» política, aprisionada a uma grelha de análise que navega entre as questões do financiamento partidário ou a presença (mil vezes desmentida) das FARC, apresentada como iniciativa «tradicional» ou «sem novidade», a Festa do Avante!, continua a ser alvo por parte da generalidade dos órgãos de comunicação social de um tratamento que não descola do mais rebarbado anticomunismo.
Não fosse o empenho e a intervenção das organizações e militantes do Partido na divulgação e promoção da Festa, ou o valioso património que constitui a opinião das muitas centenas de milhar que ao longo de mais de trinta edições a visitaram (ou nela, enquanto artistas, construtores, atletas, participaram) e que sobre a Festa formularam o seu juízo próprio, e o retrato que teríamos deste acontecimento maior da vida política e cultural do nosso país não passaria de um rasto de mesquinhas observações que dificilmente deixariam perceber, mas afinal, onde é que está a festa?
Sim. A Festa. Festa da ópera, do rock, do fado, da música tradicional e popular. Festa do teatro, da animação de rua, do desporto. Festa da ciência, das artes plásticas. Festa de todas as idades, das crianças, dos jovens, dos casais, dos avós. Festa dos livros, das exposições, das tecnologias. Festa do País e do mundo. Festa dos trabalhadores e dos Povos. Festa de Abril.
É que em todas as elaboradas e insidiosas campanhas contra a Festa do Avante! formuladas tantas vezes quantas foram cada uma das suas edições, campanhas que, atingindo a Festa, visam simultaneamente atingir o Partido que a organiza e constrói, há um denominador comum: fogem ao essencial do seu conteúdo, à qualidade do seu programa, das suas raízes profundamente populares, da sua permanente e criativa capacidade de reinvenção, do seu vínculo singular com a juventude, do convívio, da amizade, do seu carácter internacionalista, da sua diversidade, da sua beleza plástica, do seu magnífico ambiente, do seu carácter profundamente humanista e revolucionário.
Sem querermos desiludir os espíritos mais inquietos ou as almas mais inconformadas com o êxito da Festa, reafirmamos convictamente que a Festa do Avante! de 2008 será uma grande festa, não que exista algum segredo para tal, a não ser, de facto, que não há Festa como esta.


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