Colômbia

Assassinatos e perseguições

O Partido Comunista da Colômbia (PCC) denunciou, sexta-feira, o assassinato de mais um dos seus dirigentes regionais e candidato do Pólo Democrático Alternativo em Arauca, Luis Mayusa Prada, abatido perto da sua residência na localidade de Fortul.
O PCC exige uma investigação cabal e isenta dos contornos deste crime, e lembra que a família de Luis Prada tem sido alvo de uma campanha persecutória por parte das instituições que deveriam garantir a sua segurança e liberdade no exercício da actividade política e cívica.
Recentemente, as irmãs do dirigente comunista, Nieves e Carmen, foram libertadas da prisão, isto após as autoridades judiciais as terem detido, sem fundamento, como se veio a constatar, ao abrigo da chamada «política de segurança democrática» do Estado.
Ainda na semana passada, na Colômbia, a direcção da Juventude Comunista Colombiana (JUCO) emitiu um comunicado onde revela o incremento da violência e da intimidação contra os seus dirigentes.
A JUCO recorda que no passado dia 28 de Julho, a casa do dirigente nacional Jaime Osorno Navarro foi assaltada e o militante comunista que lá se encontrava, Pedro Geney, foi brutalmente agredido e ameaçado de morte. Os indivíduos levaram unicamente os discos externos, dois computadores portáteis e uma câmara fotográfica, facto que indica que o motivo do ataque era a recolha de informação sobre a actividade política desenvolvida pelos jovens.
A organização juvenil lembra também que Jaime Osorno e outros dirigentes comunistas foram alvo de investigações policiais e dos serviços secretos antes e durante os trabalhos do IV Congresso Nacional de Estudantes Universitários, realizado em Maio, em Cartagena, facto que, acrescem, corrobora as denúncias de aumento da repressão política por parte do Estado, obrigando camaradas como Diego Marin, da direcção da JUCO e membro do Conselho superior da Universidade Nacional em representação dos estudantes, a exilarem-se fora da Colômbia.
Neste contexto, a JUCO exorta todas as forças políticas e sociais a rechaçarem os crimes e a mobilizarem-se contra a acção terrorista do Estado, «aspectos centrais na luta pela paz, pela democracia e a justiça social, e pela alternativa ao projecto militarista e autoritário que o Presidente Álvaro Uribe representa», concluem no comunicado.

Paramilitar confessa-se

Entretanto, o ex-chefe paramilitar colombiano Herbert Veloza admitiu, em entrevista concedida domingo ao jornal El Espectador, citada pelo sítio www.vermelho.org.br, que os grupos que comandou assassinaram, entre 1994 e 2003, mais de três mil pessoas.
«Matámos muita gente só pelo facto de que eram apontadas», disse Veloza referindo-se às vítimas suspeitas de apoiarem ou simplesmente serem simpatizantes da esquerda colombiana.
Aterrorizar populações inteiras fazia parte da conduta corrente das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), disse um dos seus ex-comandantes, confessando que a organização usou muitas vezes a decapitação pública como «estratégia para promover o terror, para que tivessem mais medo de nós do que da guerrilha».
Quanto ao laços entre os paramilitares e o Estado, o ex-comandante das AUC foi claro ao confirmar que a polícia local não interferia no «trabalho» dos paramilitares, apenas começou a pedir para que enterrassem os corpos, e, assim, acrescentou, surgiram as fossas comuns.
Os vários governos e deputados da direita, Veloza disse que estes fazem qualquer coisa para chegar ao poder e que procuravam as AUC para tal fim, isto apesar de saberem que assassinavam pessoas todos os dias, como aliás deixou claro o paramilitar.


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