Israel recusa acordo de paz
O primeiro ministro israelita, Ehud Olmert, afastou a possibilidade do estabelecimento de um acordo do paz com os palestinianos até ao final deste ano. O anúncio enterra as conversações iniciadas em Novembro do ano passado, em Annapolis, nos EUA.
Vinte novas vivendas de colonos israelitas vão ser construídas no Vale do Jordão
Segundo as declarações proferidas segunda-feira por Olmert, a impossibilidade de alcançar até Dezembro de 2008 um calendário consensual para a resolução do conflito israelo-palestiniano esbarra no diferendo em torno do estatuto de Jerusalém, mais concretamente sobre a retirada das tropas israelitas da parte Leste da cidade, reclamada pelos palestinianos como possível capital do seu futuro Estado.
Ao inviabilizar os esforços negociais palestinianos sobre uma das questões fulcrais da contenda, o governo de Telavive enterra, na prática, as ilusões de paz criadas após o reinicio do diálogo lançado em Annapolis.
Cinicamente, Olmert declarou que Israel tem «a intenção de criar um mecanismo que permitirá tratar esta questão durante um período muito mais longo, até que se chegue a um acordo». As palavras do chefe do executivo vêm aparentemente dar razão aos que acusam a Autoridade Nacional Palestiniana e o seu presidente, Mahmoud Abbas, de cederem em matérias centrais permitindo que Israel prolongue o reconhecimento do direito do povo árabe à soberania e ao livre usufruto do território da Palestina.
Repressão constante
À recusa de Olmert acrescem a manutenção da política de construção de colonatos – 20 novas vivendas vão ser construídas no Vale do Jordão, área palestiniana rica em recursos hídricos e já ocupada em quase 50 por cento por colonos israelitas – e as contínuas acções militares de Israel contra as populações indefesas.
Quinta-feira da semana passada, o exército voltou a realizar incursões em Hebrón, na Cisjordânia, na sequência das quais várias habitações foram revistadas e mais de uma dezena de pessoas resultaram detidas.
Os palestinianos respondem às invasões como podem: com pedras contra os carros de assalto, com manifestações pacíficas, como a que ocorreu a semana passada em Ramalah contra a construção do muro que cerca Jerusalém e a Faixa de Gaza, e que foi imediatamente reprimida pela polícia com granadas de gás lacrimogéneo.
O Muro do Apartheid foi, a semana passada, ainda motivo para outro episódio lamentável. O pai do jovem que filmou um militar israelita a deter e a alvejar um palestiniano que se manifestava contra o «Muro da Vergonha» foi igualmente preso. A divulgação do vídeo na Internet é inaceitável para as autoridades de Israel e merece imediata retaliação.
Divididos
Entretanto, a divisão entre as principais forças políticas palestinianas não parece ter fim e acompanha. Desde segunda-feira, a ANP já deteve mais de uma centena de simpatizantes e membros do Hamas na Cisjordânia, respondendo desta forma a uma acção semelhante do Hamas contra militantes do partido do presidente Mahmoud Abbas na Faixa de Gaza.
O reavivar da violência entre Fatah e Hamas surge na sequência de três atentados que, na sexta-feira da semana da semana passada, mataram em Gaza seis membros do Hamas e uma criança.
O Hamas acusa a Fatah da autoria das explosões, mas a Fatah devolve as acusações e atribui os ataques a ajustes de contas internos ao partido que governa a Faixa de Gaza.
Ao inviabilizar os esforços negociais palestinianos sobre uma das questões fulcrais da contenda, o governo de Telavive enterra, na prática, as ilusões de paz criadas após o reinicio do diálogo lançado em Annapolis.
Cinicamente, Olmert declarou que Israel tem «a intenção de criar um mecanismo que permitirá tratar esta questão durante um período muito mais longo, até que se chegue a um acordo». As palavras do chefe do executivo vêm aparentemente dar razão aos que acusam a Autoridade Nacional Palestiniana e o seu presidente, Mahmoud Abbas, de cederem em matérias centrais permitindo que Israel prolongue o reconhecimento do direito do povo árabe à soberania e ao livre usufruto do território da Palestina.
Repressão constante
À recusa de Olmert acrescem a manutenção da política de construção de colonatos – 20 novas vivendas vão ser construídas no Vale do Jordão, área palestiniana rica em recursos hídricos e já ocupada em quase 50 por cento por colonos israelitas – e as contínuas acções militares de Israel contra as populações indefesas.
Quinta-feira da semana passada, o exército voltou a realizar incursões em Hebrón, na Cisjordânia, na sequência das quais várias habitações foram revistadas e mais de uma dezena de pessoas resultaram detidas.
Os palestinianos respondem às invasões como podem: com pedras contra os carros de assalto, com manifestações pacíficas, como a que ocorreu a semana passada em Ramalah contra a construção do muro que cerca Jerusalém e a Faixa de Gaza, e que foi imediatamente reprimida pela polícia com granadas de gás lacrimogéneo.
O Muro do Apartheid foi, a semana passada, ainda motivo para outro episódio lamentável. O pai do jovem que filmou um militar israelita a deter e a alvejar um palestiniano que se manifestava contra o «Muro da Vergonha» foi igualmente preso. A divulgação do vídeo na Internet é inaceitável para as autoridades de Israel e merece imediata retaliação.
Divididos
Entretanto, a divisão entre as principais forças políticas palestinianas não parece ter fim e acompanha. Desde segunda-feira, a ANP já deteve mais de uma centena de simpatizantes e membros do Hamas na Cisjordânia, respondendo desta forma a uma acção semelhante do Hamas contra militantes do partido do presidente Mahmoud Abbas na Faixa de Gaza.
O reavivar da violência entre Fatah e Hamas surge na sequência de três atentados que, na sexta-feira da semana da semana passada, mataram em Gaza seis membros do Hamas e uma criança.
O Hamas acusa a Fatah da autoria das explosões, mas a Fatah devolve as acusações e atribui os ataques a ajustes de contas internos ao partido que governa a Faixa de Gaza.